Unesp desenvolve material sustentável para substituir vidro


O vidro é um material utilizado em profusão no Brasil e no mundo inteiro, e que é, infelizmente, descartado aos montes. O que é um grande problema para o meio ambiente já que o vidro é uma material que demora até 1 milhão de anos para se decompor. Além da reciclagem, uma das alternativas para o problema seria criar um material capaz de substitui-lo por outro sustentável. E é ai que entra um grupo de cientistas e sua criação: uma película sustentável feita a partir de bactérias alimentadas com glicose com potencial para substituir o vidro em telas de celular, TVs e tablets.

A pesquisa foi feita na Universidade Estadual Paulista (Unesp) na cidade de Araraquara e segundo os cientistas, o material é mais barato do que as outras opções do mercado.

O vidro tradicional e a película sustentável

O vidro utilizado em telas são feitos por meio da sílica encontrada na areia, um material não orgânico de longa decomposição, o que gera um tremendo desgaste para o meio ambiente, não somente pelo descarte em áreas urbanas, mas também pelo fato de que pedaços de vidro são jogados em matas e florestas diariamente, permanecendo intactos por séculos e sendo catalizadores de incêndios criminosos todos os anos.

Já a película sustentável está sendo feita graças a descoberta de uma bactéria no vinagre que produz celulose, e tudo que eles precisavam fazer era encontrar um meio de alimentá-la, o que foi feito com a glicose.

Foram 11 anos de pesquisa, que serviu também na revelação de outras opções para alimentar a bactéria.

“A gente pode trabalhar com resíduos agroindustriais como, por exemplo, melaço. A gente tem trabalhado com goma de caju, que é um resíduo nacional, e todo resíduo que tenha fonte de carbono em abundância eu posso tentar fornecer para a bactéria produzir celulose depois”, contou o pesquisador Hernane Barud.

Outro lado positivo reside no fato de que os pesquisadores brasileiros não são os únicos a buscar novas formas orgânicas para substituir o vidro, mas sim do planeta inteiro. Todos com o objetivo de deixar para trás os impacto que a produção do vidro tradicional representa ao meio ambiente.

Características da película orgânica

A película dos pesquisadores da Unesp, depois do processo de retirada da celulose da bactéria encontrada no vinagre, é prensada, gerando um material bastante resistente, porém não transparente. A transparência, evidentemente, é fundamental para um material que visa substituir o vidro e, felizmente, este problema já foi solucionado com o auxílio do óleo de mamona.

“O óleo de mamona é um precursor para a gente produzir o poliuretano. Então a gente utilizou e teve sucesso nos substrato final, que é transparente como o vidro”, explicou Barud.

Outro aspecto a favor do material é sua incrível flexibilidade. Tanto a resistência quanto a flexibilidade são atributos altamente valorizados pelas empresas de tecnologia que investem em telas, smartphones, TVs e outros.

Sem essas vantagens, a película dos cientistas da Unesp não teriam chance frente às pesquisas realizadas no planeta em busca de substitutos do vidro.

“Há uma grande corrida tecnológica ultimamente no desenvolvimento de smartphones com telas flexíveis e TVs flexíveis. Hoje há algumas à venda, só que utilizando polímeros industriais caros”, disse o pesquisador Robson Rosa da Silva.

“No nosso caso, nós estamos utilizando um polímero natural, que é a celulose, e também é derivado do óleo de mamona, e o Brasil é bastante rico nesses polímeros”, completou.

Já devidamente patenteado, o biomaterial recebeu atenção em uma revista britânica, porém, ainda não há prazo para a chegada do produto ao mercado.

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Fonte e foto: G1




Redação greenMe

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