Febre amarela causa morte de mico-leão-dourado


A febre amarela ainda anda assustando, mesmo no outono: foi confirmada a primeira morte de um mico-leão-dourado pela doença esta semana.

A morte do animal preocupa porque a espécie, que só existe no estado do Rio de Janeiro, está ameaçada de extinção. A estimativa é de que existam apenas 3.200 micos-leões-dourados na natureza, sendo que 450 deles vivem na Reserva Biológica de Poço das Antas, em Silva Jardim.

Em 2017, a febre amarela provocou o extermínio de primatas da Mata Atlântica, por isso era temido que a doença voltasse a afetá-los, de acordo com O Globo. Na área onde vivem os micos-leões, toda a população humana já foi vacinada.

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Segundo o primatólogo e diretor do Instituto da Mata Atlântica, Sergio Lucena, a campanha de preservação da espécie foi tão bem-sucedida que se tornou exemplo para o mundo. Seria uma tragédia se a febre amarela os atingisse e os deixasse ainda mais vulneráveis.

Uma nota oficial conjunta do Ministério da Saúde, da Secretaria de Saúde do estado do Rio de Janeiro e da Associação Mico-Leão-Dourado informa que “recentemente se registrou 1.152 epizootias suspeitas no estado, das quais 40 foram confirmadas por laboratório”. São 223 casos humanos confirmados, sendo que 73 com morte, ou seja, uma taxa de letalidade de 37,2%.

Além de os conservacionistas recearem uma epidemia de febre amarela, eles se preocupam, também, com a ignorância humana, já que três micos-leões foram mortos a pauladas este ano.

É preciso lembrar que o animal, assim como os demais primatas, não transmite a febre amarela e nem afeta o ser humano sob qualquer outra forma. Eles são tão vítimas do vírus quanto nós – sem falar que são vítimas, também, do desconhecimento humano. Os primatas são ainda mais indefesos porque para eles não há sequer uma vacina.

Lucena explica que a comprovação da morte do mico-leão-dourado aponta que todos os cinco gêneros de primatas da Mata Atlântica são suscetíveis à febre amarela. Isso significa que uma epidemia em macacos apresenta um risco não apenas para eles mas para toda a Mata Atlântica.

Que fique claro que não deve ser provocado nenhum dano a esses animais, pelo contrário, no caso dos mico-leões, eles precisam ser preservados porque estão em extinção.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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