17 de Julho → Dia de Proteção às Florestas e de seu protetor, o Curupira


Aqui na nossa terra o 17 de Julho é dia de conscientização – dia de Proteção às Florestas e também, dia do Curupira, personagem do folclore brasileiro, o protetor das matas. A gente escolhe um dia, o 17, para ações de conscientização da necessidade, urgente, de se proteger as matas, florestas que são a nossa vida. E o Curupira está aí para nos lembrar, e cobrar.

Simplesmente não faz sentido que a vida seja destruída.

O que são, para que servem, as florestas que ainda existem? Muitas já foram perdidas porém, as que ainda resistem, para que servem?

As florestas são as “reguladoras do meio ambiente: definem o clima, garantem a qualidade do solo, abrigam animais, promovem a biodiversidade, contribuem no ciclo da água. O desmatamento de florestas afeta diretamente todos esses elementos” e a nós, seres humanos que dependemos de todos esses equilíbrios.

Simplesmente não faz sentido permitirmos que as matas sejam destruídas – delas, das matas, vem a vida pois, lá brotam as águas mais puras e também as plantas com que curamos nosso corpo e mente.

Simplesmente não faz sentido que nossas matas sejam trocadas por um punhado de dinheiros, seja em benefício de quem for, nem de muitos, nem de poucos. Porque é nas matas, e sua vida, que o clima se apoia para se equilibrar, nos dar a chuva boa que alimenta a terra, o bom sol que nos traz calor e luz, e a vida.

Curupira, o protetor das matas

Todo povo tem seus “deuses”, protetores e orientadores para que uma vida melhor seja, um dia, possível. Faz parte do nosso imaginário, da mitologia que é a fantasia humana enlaçada com a realidade da vida real. Assim se passa, de geração para geração, numa linguagem oral de contadores de história, todo o valor, cultural e moral, de um povo ligado à natureza.

Ainda somos? Sim, a maioria de nós ainda é ligada à natureza mesmo que alguns já se tenham esquecido do sabor de pisar no chão de folhas de uma trilha recém descoberta, ou ouvir o canto de um pássaro que não se vê na folhagem, ou mesmo ficar encantando com o trinado do uirapurú. Muitos ainda somos mas, muitos mais precisaremos ser para que a preservação do nosso patrimônio ambiental seja, cada vez mais, realidade.

Em um poema da Wanda Campos, gostoso de se ler pois tem muito axé está sintetizada toda a força e significado do Curupira, o protetor das matas brasileiras e que, em alguns lugares também é conhecido como Caipora ou Caapora, nome de origem indígena: “caa” é mato e “pora”, habitante.

curupira

Fonte foto Curupira, Caapora ou Caipora, ilustração de Marcos Jardim

Curupira: O protetor das matas

Com cabeleira assanhada

vermelha e despenteada,

uma boca cheia de dentes,

pontudos, grandes e verdes,

de meter medo na gente…

É um ser assustador

que na verdade, de fato

dos animais, das florestas

é o maior protetor.

É um ser bem poderoso

e também é genioso,

não costuma perdoar

se alguém matar um bicho

ou alguma árvore cortar,

sem ter a necessidade,

à toa, sem precisar.

Costuma enganar os tolos

que dele querem fugir

pois têm os dois pés virados

que usa pra deixar rastros

apontando pro lado errado.

As vezes ele assobia

no ouvido do caçador

deixando-o muito tonto

sem saber mais pra que ponto

sua arma ele apontou.

Tem várias denominações

por este Brasil afora

de pai-do-mato ele é chamado

curupira ou caipora.

Mas se algum dia uma mata

você for atravessar

leve sempre consigo

um pedaço de fumo de rolo

para o curupira agradar.

Como defender as florestas

abracar proteger floresta

Para proteger as florestas, daqui, dali ou de acolá, cada um de nós tem que agir assim, todos os dias. Veja o rol de ações básicas que são fundamentais para a defesa das florestas do mundo todo:

● Tomar consciência e exercê-la, sempre. Participar, colaborar, fazer sua parte por mais que seja esta um simples grão de areia no oceano.

● Preferir produtos de madeira de reflorestamento, manejo sustentável certificado. Isso não é o mesmo que apoiar a monocultura do pinus ou do eucalipto, certo? Precisamos mudar o rumo da nossa industrialização, com certeza.

Nunca por fogo nas matas – se fizer fogueira, por necessidade, proteja a área: limpe o terreno de folhas e galhos secos, cerque a fogueira com pedras, apague bem o fogo, e as brasas, quando tiver que ir embora. Isso é respeito!

Não deixe lixo por aí – o lixo é o resíduo do que você faz então, seja consequente e leve seu lixo para onde ele possa ser reutilizado, destruído ou melhor acondicionado e, de preferência, não passe a vida criando resíduos, prefira o reuso e a reciclagem. Só consuma o que é realmente indispensável.

Não contamine as águas que correm livres e puras – não suje a água que você mesmo vai ter de tomar, um dia mais tarde. Aliás, não suje água nenhuma, nunca.

Respeite os ambientes, seu equilíbrio e seus moradores, sempre!

Proteger as matas e os seres que vivem nelas é um dever de todo aquele que se entende como ser humano, Homo sapiens, ou como você goste de ser considerado neste mundo de meu Deus.

Porém, quando for entrar na mata – qualquer delas – sempre peça licença e, pelo sim, pelo não, deixe um pedaço de fumo de rolo (sabe o que é?) no cantinho esquerdo da trilha, oferecendo-o ao protetor do espaço.

Dizem os caboclos que, sem essa oferenda “um qualquer” corre o risco de se perder lá dentro e, nas matas há muitos mistérios…

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Redação greenMe

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