“Mudança de mentalidade” – comparar impacto ambiental entre a produção de automóveis e a de carne tem sentido?


A forma de vida que a humanidade adotou, pós industrialização, não é boa, não é saudável nem para humanos, nem para o planeta como um todo. Entre carros e carne, a produção de carne é mais problemática.

É incrível mas é verdade! As emissões de gases de efeito estufa da pecuária industrial ocupa algo entre 14,5 e 18 % do total de emissões globais impactantes. Leia aqui sobre os impactos da produção pecuária:

Já a produção de veículos chega aos 14%. Claro, para produzir os carros e o transporte em geral se destroem terras agricultáveis, se fazem imensos buracos com as minerações (é de lá que vêm o ferro, o alumínio, e os outros metais todos), se contaminam rios com os rejeitos que saem das minas (não se esqueça de Mariana, por favor):

Mas, tem outro problema – qualquer meio de transporte que use combustível e queime alguma coisa vai contribuir com o aumento de dióxido de carbono, o CO2 mas, a pecuária contribui, enormemente, com a produção de metano, CH4, que é 23 vezes mais potente quando se trata de aquecimento do planeta.

Isso não quer dizer que devemos aumentar ainda mais a produção de veículos, que já está demasiada, mais do que o necessário para que todos possam se mobilizar. Em alguns casos, a quantidade de carros nas ruas ultrapassa a de pedestres, um contrassenso. Em outros, tem tanto carro que as cidades ficam paralisadas. Sim, há um tremendo exagero consumista na produção, e compra-venda, descarte e troca de carros de todo tipo.

Mas, aqui estou colocando, de novo, a questão do excesso de produção de carne, em forma industrializada, que é altamente impactante e mais, nem sequer é bem distribuída para que cada ser humano tenha seu pedaço, o que seria suficiente. A má distribuição dos alimentos é a responsável pela fome avassaladora que ainda subsistem em muitas regiões do nosso globo. E a agricultura produz o suficiente, se bem distribuído, para alimentar a todos.

Aqui estou falando, como disse, da produção pecuária industrial confinada com uso de rações (que são produzidas com soja e milho transgênicos, recheadas de aditivos engordativos, hormônios que fazem crescer e amadurecer mais rápido o animal). E sabe porquê o gado alimentado com ração, de grãos, solta tanto mais puns (de metano) que os outros? Porque “vaca” é um ruminante de capim e não um roedor. Sim, porque se a gente avalia as emissões de metano originadas na digestão do gado criado livre, com pastagens, essas são bem menores.

Então, eu estou aqui falando de uma produção proteica que não é saudável nem para você, que come carne, nem para o planeta como um todo.

A proposta é que você que come carne, coma menos (basta deixar de comer carne um dia por semana para fazer a diferença). Mas isso não basta, claro. É preciso que os governos tenham políticas públicas que permita que os alimentos sejam equitativamente distribuídos entre todos os habitantes. Não vale você comer 6 dias de pratos principais com carne, ser saturado em proteína animal e o 80 % da população do mundo não comer carne nenhuma, não é?

Esta é uma mudança de mentalidade necessária – saber dividir, saber se alimentar saudavelmente, sair do consumismo alucinado, ser empático, ser solidário, enfim, ser cada vez mais humano é fundamental para a saúde do nosso planeta e de nós, humanidade.

Mas, olha gente, aqui no finalzinho tenho mesmo que lembrar a vocês que, a questão sobre o tipo de produção, na real, depende mesmo é do dono dos meios de produção e de seus interesses em obter cada vez maiores lucros. Ou seja, não vamos salvar nosso lindo planeta azul, com toda sua rica biodiversidade e a humanidade junto a não ser que essa mudança de mentalidade leve a uma mudança de estrutura do sistema que impera, o capitalismo. É a verdade. Pense nisso também.

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Redação greenMe

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