O equilíbrio ambiental de Fernando de Noronha ameaçado por possível liberação de cruzeiros marítimos


Fernando de Noronha é um paraíso terrestre graças à intensa preservação sobre as ilhas desse arquipélago. Porém, a Embratur está se empenhando para intensificar o turismo na região através da liberação da entrada de navios cruzeiros, o que vem causando preocupação da administração local e dos ecologistas.

A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) é  uma autarquia especial do Ministério do Turismo do Brasil e está tendo apoio do senador Flávio Bolsonaro (RJ), conforme ele declarou em vídeo quando esteve em Fernando de Noronha juntamente com o presidente dessa instituição, Gilson Machado Neto, no dia 28/02/20.

Veja nesta reportagem do canal SBT Jornalismo, o vídeo mostrando  as declarações do presidente da Embratur e Flávio Bolsonaro:

O senador Flavio Bolsonaro deixou claro o seu apoio a essa iniciativa da Embratur ao declarar:

“O governo está agindo para “desatar os nós” da legislação para permitir que esses segmentos sejam muito melhor explorados por nosso país.”

Sobre consequências da possível liberação de cruzeiros

Atualmente, o turismo em Fernando de Noronha é controlado com rigor para preservação desse tesouro ambiental. Porém, se essa liberação vier a ser permitida,  acontecerá a entrada de navios de grande porte no arquipélago, além da implementação de recifes artificiais utilizando embarcações naufragadas para servir de atrações para mergulhadores.

Sobre a criação de recifes artificiais e as consequências disso, o oceanógrafo e professor da Universidade de Pernambuco, Múcio Banja, explicou ao G1 Pernambuco:

“O que poderia ser algo atrativo, do ponto de vista turístico, pode ser um desastre ambiental. Estruturas novas são atratoras não só de espécies nativas, mas também de espécies invasoras. Podemos estar, por exemplo, estimulando a chegada de novos componentes biológicos que podem causar desequilíbrios sobre o meio ambiente.”

O rigor pela preservação ambiental por parte da administração pública de Fernando de Noronha  é tanto que, para se ter uma ideia, faz sete anos que tem controlado a entrada de cruzeiros marítimos, através de restrições impostas envolvendo as operadoras para fretamento dos navios e fazendo prevalecer as licenças ambientais, com a finalidade de proteger a Natureza e a vida natural das 21 ilhas da região.

Reação das autoridades de Fernando de Noronha:

Segundo noticiado pelo G1, o governo de Pernambuco responsável pela administração do arquipélago criticou esse plano da Embratur e alertou que, se essa liberação acontecer, ela irá causar impactos na infraestrutura da região.

Para ocorrer a concretização desse plano, falta ainda a autorização do Ibama e, em seguida, a liberação pelo Ministério do Meio Ambiente.

Sobre essa liberação, o presidente da Embratur fez o seguinte comentário:

“Eu não tenho dúvidas de que os cruzeiros vão voltar à Noronha num curto espaço de tempo. A decisão final é do Ibama, o ministro do Meio Ambiente vai ver a parte jurídica para poder liberar o mais rápido possível.

De acordo o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco, José Bertotti, o governo do estado recebeu “com surpresa” a possibilidade de licenciamento de cruzeiros e o assunto não foi levado ao Conselho Gestor, que é formado pelos governos federal e estadual e dos órgãos de proteção ambiental e empresários de Noronha.

A importância da preservação de Fernando de Noronha

O arquipélago de Fernando de Noronha é reconhecido como Patrimônio Natural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Se esse empreendimento vier a ser concretizado, ele pode trazer riscos e prejuízos para a integridade ambiental e natural de Fernando de Noronha que, segundo as autoridades e especialistas ambientais,  não tem condições de receber o turismo que a Embratur pretende fazer na região.

Uma dessas autoridades, o administrador de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha, preocupado com a sustentabilidade das ações, enfatizou:

“Não podemos permitir pensar em retroceder no tempo e ir de encontro à legislação ambiental que foi feita para proteger o patrimônio ambiental da ilha de Fernando de Noronha.”

Turismo sustentável

Realmente, muito preocupante! Tomara que leve-se em conta a riqueza natural desse precioso arquipélago e que, graças às  rigorosas medidas de proteção ambiental, que vêm sendo adotadas até o momento, continua com sua Natureza preservada!

Fernando de Noronha é, até agora, um Paraíso brasileiro, graças a prática do turismo sustentável implantado nesse arquipélago, sem causar impactos à sua biodiversidade e beleza natural.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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