Bolsonaro questiona assassinato, mas MPF abre investigação para apurar morte do cacique Emyra Wajãpi


A morte do líder indígena virou notícia nos jornais do mundo inteiro e a ONU publicou nota em repúdio ao cenário de violência no território da etnia Wajãpi, no Amapá. No entanto, o presidente Jair Bolsonaro questionou o assassinato.

A declaração vai na contra-mão do que vem alertando órgãos internacionais a respeito da violência contra ativistas ambientais e povos tradicionais que vivem em terras protegidas. De acordo com o relatório anual da Global Witnesse, publicado nesta terça-feira (30), o Brasil é o quarto país mais perigoso do mundo para os defensores do meio ambiente: foram pelo menos 20 vítimas só em 2018.

Os indígenas vêem uma relação direta entre o apoio declarado do governo federal aos mineradores, e o acirramento dos conflitos em terras protegidas. Depois da morte do cacique Emyra Wajãpi, de 68 anos, as famílias estão amedontradas:

“Todas as famílias wajãpi estão com medo de sair para caçar, pescar e buscar outras coisas e necessidades”, diz Jawaruwa à DW Brasil, direto da aldeia Aramira, uma das 49 localizadas dentro da TI. “Os invasores estão escondidos aqui dentro”, declarou Jawaruwa Wajãpi à DW Brasil.

Segundo nota divulgada pelo Conselho das Aldeias Wajãpi (Apina), após uma reunião com a Fundação Nacional do Índio (Funai), os policiais alegaram não ter condições de dar continuidade às buscas pelas dificuldades de deslocamento e alimentação.

“O delegado falou que vai estudar a região ao redor da aldeia através de imagens de satélite, para verificar se tem sinais de garimpos. Se as imagens mostrarem sinais, vão fazer sobrevoos para verificar”, diz a nota.

Jawaruwa, um dos responsáveis para que a notícia da morte do cacique tivesse repercussão mundial, informou que os indígenas continuarão procurando os invasores mesmo sem a ajuda da polícia.

O Ministério Público Federal anunciou, nesta terça-feira, que abriu investigação, por meio dos procuradores da República no amapá, para apurar a morte de Emyra Wajãpi. A informação foi divulgada por meio de uma nota pública da Câmara de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais, braço do Ministério Público responsável pelas questões relativas aos indígenas.

Pedidos de Socorro e de Justiça aos povos indígenas

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Fonte foto: Reprodução/343 Amazônia




Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


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