A história da Ana do Mel: um exemplo de vida e sustentabilidade


Ana do Mel criou uma pequena agrofloresta para poder produzir o mel que precisava para vender. E, com a agrofloresta, toda uma alteração positiva no entorno, que afeta vizinhos e comunidade da área rural de Parelheiros.

A Ana do Mel é professora – mas, estava muito difícil para trabalhar morando na zona rural de Parelheiros-SP, assim conta ela que dava aulas na cidade e tinha diversas dificuldades de transporte. Há vinte anos a Ana começou, de forma tímida, a trabalhar a terra que tinha por lá, um sítio de 150 mil metros quadrados e, pouco a pouco, pensando em favorecer as suas colmeias de abelhas, em trazer o sustento necessário para sua casa e, ao mesmo tempo, cuidar dos filhos pequenos.

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“Parei para pensar em como sobreviver aqui. Relembrava algumas coisas acompanhando meu pai na roça quando pequena. Passei a plantar, mesmo sem saber direito. Fui plantando, errava, acertava e foi indo… A região estava cada vez mais desmatada porque as pessoas vendiam toda a madeira. E eu passei a fazer o contrário, reconstruir a mata”, relembra a agricultora.

Ana fez diversos cursos de agroecologia disponíveis na prefeitura regional de Parelheiros, recuperou a área do seu sítio com espécies nativas da mata atlântica, bioma que domina a região e hoje já possui lá uma boa diversidade de plantas e animais

A Ana do Mel é filha de apicultor – e continuou a arte familiar tendo hoje cerca de dez espécies diferentes de abelhas.

As dificuldades

A Ana teve uma base – sua família já era do campo – e mesmo assim a transição não foi fácil. Hoje, toda a família trabalha nos cuidados das abelhas e da agrofloresta que lhes dá o sustento porém, ainda são necessários 4 funcionários no sítio.

Como conta a Ana do Mel:

“Me deparei com várias dificuldades ao longo do processo. Os desafios de ser mulher, não ter emprego com carteira assinada, querer cuidar dos filhos sem ir para tão longe. Além de aprender a cultivar, tive também que achar jeito para vender”.

O conhecimento das plantas alimentícias não convencionais

As Panc, como são conhecidas as Plantas Alimentícias Não Convencionais são uma outra área produtiva para a família de Ana do Mel, que encontrou um mercado certo em alguns restaurantes onde apresentou suas verduras e receitas:

“As Pancs não exigem muito do solo. Comecei a levar para a feira e dizer como consumir. Depois um restaurante se interessou. Eu ia lá mostrar como fazer taioba, coração e casca de banana, peixinho, azedinha e outras plantas que o pessoal acha que são apenas mato. Eu preservo minha mata e colho, depois isso vai pra nossa mesa”.

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O costume da Ana é colher o que já está no ponto, em cada saída que faz, em ritmo de passeio, pela sua mata – em seguida decide que receita vai preparar. Uma sua especialidade é o refogado de casca de banana, verde ou madura, picadinha, que acompanha o almoço, incorporando biomassa, proteína vegetal, sais minerais e vitaminas através deste carboidrato residual do consumo da fruta.

Agroecologia é tudo, uma filosofia de vida

Nas práticas agroecológicas e de permacultura é como a Ana do mel cuida do equilíbrio da natureza e da sua produção alimentar criando as condições de continuidade – sustentabilidade – e preservação dos recursos naturais de que dispõe. No sítio da Ana não são usados insumos externos – todo adubo é fabricado lá mesmo aproveitando todo o resíduo agrícola gerado.

Ana do Mel é já um exemplo de empreendedorismo agroecológico na sua comunidade e reconhecida na região por ser alguém que compartilha suas experiências.

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Conheça Ana do Mel, que vive, tira sustento e ensina como é possível viver e preservar a natureza:

Leia mais sobre experiências de sustentabilidade:

PERMACULTURA E RADIESTESIA PARA A SUSTENTABILIDADE

Fonte foto: mda.gov.br




Redação greenMe

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