Brasil não cumpre meta de universalização de saneamento básico


Em pleno século XXI, o Brasil ainda não conseguiu universalizar o saneamento básico para a população do país.

É o que atesta um estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o qual prevê que apenas em 2054 o direito ao tratamento de esgoto e àgua encanada será assegurado a todos os brasileiros, embora o Plano Nacional de Saneamento Básico projete o ano de 2033 para a universalização.

A coleta de esgoto é um grave problema porque está associado a várias doenças, tais como casos de dengue, febre chikungunya e vírus Zika.

É um prejuízo enorme ao país não investir em saneamento. Segundo o gerente de Infraestrutura da CNI, “custa muito caro não ter saneamento no país, principalmente nas internações hospitalares”. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cada dólar gasto com saneamento básico economiza US$ 4,3 em gastos com saúde.

O estudo da CNI traz outro dado alarmante: o elevado índice de perda na distribuição de água. Perde-se água por causa da falta de junta nas tubulações, canos furados e uso de equipamentos velhos na distribuição. Esse problema é mais grave na Região Norte, onde mais de 50,8% da água captada não chega aos domicílios.

Como o Brasil não tem uma tradição de projeto de planejamento urbano, os problemas de fornecimento e tratamento da água se agravam pelo excesso de burocracia, falta de recurso, perda e roubo de água, má eficiência das empresas de saneamento básico, alta tributação, baixa qualidade dos projetos de engenharia sanitaria e lentidão nas obras, de acordo com o estudo da CNI.

Além dos males provocados para a população carente de saneamento básico, a economia é afetada com a falta de infraestrutura básica e, também, o meio ambiente devido à falta de tratamento do esgoto. O excesso de burocracia eleva os custos das empresas, pois onera o preço de produtos e serviços, desestimula os negócios e os investimentos no setor.

As cidades se transformam muito rápido, enquanto os projetos de saneamento são muito lentos. Com todos os problemas apontados, é um atraso enorme para o país não ter atingido a meta da universalização de saneamento básico.

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Fonte foto: uol




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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