As lutas indígenas de cada dia


Os índios brasileiros são conhecidos, nacional e internacionalmente, por sua longa luta por direitos básicos – que embora estejam garantidos na Constituição, não são respeitados. Embora todos lutem pela mesma causa: a defesa do meio ambiente, determinadas tribos sofrem com problemas e conflitos específicos. Vamos conhecer algumas tribos e as lutas desses povos que, essencialmente, são os grandes donos do país, mas jamais tratados como tal.

Ka’apor x desmatamento

Índios deste povo começaram a rechaçar invasores de suas terras, com finalidade de exploração de madeira ilegal. O caso ganhou notoriedade em setembro de 2014, quando no Maranhão, houve conflitos entre Ka’apor e madeireiros. A justificativa dos indígenas é a de defender o espaço deles, expulsando os madeireiros com suas próprias mãos, já que o governo federal não dá a menor assistência à eles.

Mundukuru e tentativas de impedir hidrelétricas

Já esta popução tem feito o que pode para tentar lutar pelo impedimento das obras de construção do complexo de hidrelétricas de Tapajós, o qual estabelece a construção de cinco usinas na área do rio Tapajós. Mais de 12 mil índios vivem – e dependem – do caudaloso e extenso rio. A soma das áreas dos reservatórios desse complexo somaria simplesmente a cidade de São Paulo. Além de índios, ribeirinhos e povos tradicionais correm grande risco, se a construção ocorrer.

Tupinambá e a batalha pela demarcação de seu território

Na região sul da Bahia vive o povo Tupinambá. Ou, ao menos, luta para continuar existindo com o mínimo de dignidade. Tudo começou a ficar ainda mais sério, quando, em 2004 os índios tomaram “posse” de suas terras, promovendo a proteção da área de Mata Atlântica, do lugar. Então, começou a ocorrer, nesses últimos 10 anos, uma intensa pressão por parte de grupos de madeireiros e de brechas e mudanças na legislação que têm permitido que haja manejo sustentável de madeira. O que em tese seria interessante, mas que dá margem a distorções de quem visa o lucro rápido e irresponsável.

Awá correndo contra o tempo

A tribo Awá, considerada a última de sua estirpe – é uma tribo de caçadores nômades da Amazônia – vem sofrendo , desde que, na década de 1980 o governo decidiu pela criação de uma ferrovia, que, simplesmente, corta ao meio seu território. Muitos desses indígenas foram removidos e reassentados em outras localidades e outros lutam para permanecer, até hoje.

Além disso, o ruído do trem afasta a caça dos índios do lugar e os forasteiros chegam para explorar a região – que guarda a maior reserva de minério de ferro do planeta.

Os índios Awá também apreciam a floresta intacta, pois assim se sentem protegidos, pelas altas árvores. O grande problema é que os madeireiros, em épocas de seca, fazem queimadas no local, e derrubam madeira. Pecuaristas tomam pedaços de terra para transformar em pasto, entre outros.

Enquanto isso…silêncio das autoridades. O governo Dilma Rousseff – reeleita presidente da república até 2018 – demonstrou, nos últimos quatro anos, um retrocesso absurdo na questão indígena; inclusive, cortando possíveis diálogos entre populações indígenas e governo. Ou seja, as lutas descritas acima – e muitas outras ainda por descrever – estão longe de ter um final, ou uma solução.

Leia também: Dilma: menor média de homologação de terras indígenas em 20 anos

Fonte foto: fotospublicas.com




Redação greenMe

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