Inaugurado há quase 150 anos, zoológico de Buenos Aires é fechado


Uma notícia muito celebrada por todos aqueles que amam e respeitam os animais foi o anúncio do fechamento do zoológico da cidade de Buenos Aires, capital da Argentina.

O Governo da cidade de Buenos Aires anunciou a revogação da concessão privada do Zoológico de Buenos Aires, localizado no bairro de Palermo, em um terreno de 18 hectares. O zoológico, que foi inaugurado há 142 anos, dará lugar a um ecoparque interativo, segundo informado pelo chefe de Governo, Horacio Rodríguez Larreta.

Os animais do zoológico, cerca de 1.500, dentre eles elefantes, rinocerontes e serpentes, serão transferidos para reservas naturais e santuários localizados pelo país.

História do zoológico

O Zoológico de Buenos Aires foi fundado pelo presidente Domingo Faustino Sarmiento (1868-1874) em 1874, numa região pantanosa da cidade, naquela época. O projeto arquitetônico do local conta com 52 prédios, que hoje são monumentos históricos. Acontece que a cidade cresceu e o zoológico ficou cercado de altos edifícios. Embora a cidade tenha se desenvolvido, o modelo vitoriano de apresentação dos animais permaneceu o mesmo ao longos de todos esses anos.

Na opinião de Gerardo Biglia, advogado da ONG SinZoo, uma das que vinha lutando pelo fechamento do local, “O mais importante é romper com o modelo de cativeiro e de exibição. Um zoológico transmite uma mensagem perversa, sobretudo porque se volta para um público infantil ao qual dizemos que enjaular um ser vivo para o nosso deleite é válido. Acredito que agora vem uma mudança de modelo para a qual já estamos preparados, porque quando se diz às crianças que não é certo prender animais isso lhes parece uma obviedade”.

O zoológico já carregava várias ações judiciais que alertavam sobre o mau estado dos animais. As quedas nas vendas de ingressos já estava dando, inclusive, prejuízo à concessionária.

Para onde vão os animais?

Antes de ser transformado em um ecoparque aberto à comunidade, os animais passarão por um censo para que se saiba o estado de saúde deles e se defina para onde eles irão.

Segundo cálculos do Governo, cerca de 50 animais permanecerão no lugar para que não tenham sua vida colocada em risco. Um deles é uma orangotango chamada Sandra. “O problema de Sandra é que é híbrida, mescla de orangotango de Bornéu e de Sumatra, por isso, não se socializa com outros de sua espécie”, explica Biglia. Embora esses animais permaneçam no local onde será o ecoparque, eles não serão mais exibidos, uma forma de criar uma cultura de desinteresse sobre a exibição de animais como peças de museus.

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O ecoparque terá vários espaços interativos destinados à educação ambiental, além de uma clínica para o atendimento de animais vítimas de tráfico ilegal. Um concurso internacional para urbanistas e paisagistas será aberto para a realização do projeto do ecoparque, além de uma ação participativa proposta aos moradores de Buenos Aires para que apresentem projetos, avaliados por um júri, para a transformação do espaço verde.

Confira a página do, ainda, Jardim Zoológico de Buenos Aires e acompanhe as novidades sobre o projeto do ecoparque.

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Fonte: elpais




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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