Mapa mundial da poluição atmosférica: Greenpeace revela as instalações mais poluentes do mundo


Uma parceria entre o Greenpeace Índia e a NASA acaba de relevar um mapa da poluição atmosférica. 

A atmosfera irrespirável tem uma geografia. O Greenpeace Índia, graças a dados de satélite obtidos pela agência espacial estadunidense, publicou em 18 de agosto uma classificação das mais importantes zonas de poluição do planeta com base em lugares onde há centrais de energia fóssil, refinarias e indústrias, de uma parte, e em níveis de emissões de dióxido de enxofre (SO2), de outra parte, informa o jornal francês Le Monde.

O gás SO2 é um dos principais poluentes atmosféricos. Conjugado a outros poluentes do ar, seu impacto aumenta o risco de câncer, de doenças cardiovasculares e, até mesmo, do funcionamento das funções cognitivas. Ao todo, a poluição atmosférica é responsável por 48 mil mortes por ano na França e por 422 mil mortes prematuras registradas somente na Europa, em 2015. Em nível mundial, ela mata 7 milhões de pessoas, sendo 600 mil delas crianças, por ano.

A carta interativa do Greenpeace Índia, acessível on line, revela com precisão os principais focos dessa hecatombe, alguns dos quais cobrem os territórios de vários países, em contraste com as instalações industriais emissoras de SO2.

As instalações mais poluentes do mundo

De acordo com o relatório publicado pelo Greenpeace Índia, a cidade de Nova Déli é a primeira poluidora mundial. A Índia está longe de melhorar sua performance, tendo passado recentemente China e Rússia nessa triste premiação. Somente a Índia é responsável por 15% das emissões antropogênicas mundiais de dióxido de enxofre.

No entanto, é na Rússia onde se encontra a instalação mais poluente do mundo. Trata-se de uma complexa metalúrgica em Norislk. Essa cidade, um antigo reduto do sistema soviético, está localizada na zona do Ártico, no norte da Rússia. Ela sofre, além de alto nível de toxicidade do ar, de temperaturas extremas, que a faz um local de moradia particularmente inóspito. Ela é atravessada pelo rio Yenisei, um dos mais poluídos do mundo, devido a descargas radioativas de uma fábrica que produziu bombas de plutônio, informa o site Comunidade, Cultura e Arte. Norislk já foi objeto de uma reportagem fotográfica impressionante publicada pela National Geographic.

No segundo lugar da lista de instalações industriais mais poluentes encontram-se as centrais de carbono sul-africanas situadas na província de Mpumalanga, conhecida por suas paisagens de montanhas idílicas e seus vales verdejantes. Embaixo do pódium está o complexo petroquímico da companhia Zagros, situado às margens das águas do Golfo Pérsico, que constitui, no Irã, a terceira fonte mundial de poluição de dióxido de enxofre.

Europa não está de fora

Face à poluição atmosférica, Estados Unidos, China e muitos países europeus tomam dispositivos legais visando a limitar ou reduzir as emissões de dióxido de enxofre, das quais são responsáveis setores de suas indústrias nacionais. Mesmo outros países, ainda entre os mais desenvolvidos, parecem não se importar. É o caso da Austrália, que não implementa nenhuma legislação nesse sentido. Essa indiferença jurídica se manifesta nas centrais elétricas do vale de Latrobe e da região do lago Macquarie, que estão entre as mais poluentes do mundo, de acordo com o Greenpeace Índia.

A Europa não está de fora do problema. Sobretudo, os países do leste. Entre a lista dos vinte países mais poluidores em dióxido de enxofre do mundo se encontram a Ucrânia e a Sérvia e, também, a Bulgária, que faz parte da União Europeia desde 2007. No Velho Continente, são as centrais de carbono as principais causadoras desse tipo de poluição. Quatro centrais a carbono europeias figuram entre a lista das mais poluentes do planeta. Em 2016, 26% das emissões mundiais de dióxido de enxofre eram causadas por esse tipo de central elétrica.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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