Amapá: PF deflagra garimpo ilegal, trabalho escravo e danos ambientais incalculáveis


No Amapá, uma quadrilha exploradora ilegal de recursos naturais, que utilizava além do mais para o seu “trabalho”, mão de obra escrava, foi deflagrada pela Polícia Federal.

A operação denominada Minamata (em referência ao envenenamento por mercúrio em Minamata, Japão) vem sendo realizada no Amapá, Rio de Janeiro e São Paulo. No caso amapaense, a PF vem tentando desbaratar a exploração ilegal de ouro no garimpo mais antigo e em atividade do país, na região de Lourenço, município de Calçoene.

A quadrilha, composta por gente do “alto clero”, políticos, agentes públicos e empresários do ramo financeiro, “aproveitava-se das políticas públicas que fomentavam a inclusão social dessas comunidades de trabalhadores para atuar de forma clandestina na extração de ouro, encobrindo propósitos de exploração em larga escala sob o argumento da pesquisa mineral e lavra artesanal de pequena monta”, diz nota do órgão, divulgada pelo .

Os danos ambientais ocorridos na região são inestimáveis. Toda a flora, fauna, água, lençóis freáticos, todo o ecosssitema da região deverão sofrer durante anos as consequências da exploração ilegal de recursos minerais que não segue nenhuma regra nem padrão. Imaginem a quantidade de mercúrio jogado ambiente afora (nao à toa o nome da operação).

Suspeita-se que a quadrilha tenha usado em escala indiscriminada substâncias tóxicas e metais pesados altamente contaminantes – entre estes, mercúrio e o tóxico e mortal cianeto – para poderem aumentar a exploração de ouro no local.

A PF nesta operação já bloqueou mais de R$113 milhões em bens moveis e imóveis e vem expedindo mandados de prisões por crimes de redução à condição análoga a de escravo, extração ilegal de substâncias minerais, uso ilícito de mercúrio, crimes ambientais, organização criminosa entre outros, inclusive investigam-se pelo menos “24 mortes, em sua maioria por soterramento, decorrentes de condições precárias de trabalho”.

O que ainda deve ter para se desbaratar nesse Brasil adentro não deve ser pouco, infelizmente. Que os trabalhos continuem!

Esta operação é feita numa colaboração entre varias órgãos, além da PF, Ministério do Trabalho e Emprego, IBAMA, Defensoria Pública da União, Polícia Rodoviária Federal, entre outros.




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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