As florestas tropicais absorvem mais dióxido de carbono do quanto se pensava


As florestas tropicais podem absorver muito mais dióxido de carbono antropogênico comparado ao que muitos cientistas pensavam até então. Absorvem, de fato, 1,4 bilhão de toneladas de dióxido de carbono, sobre a absorção total global de 2,5 bilhões.

Isto significa que, se não forem derrubadas, as árvores tropicais são essenciais no combate ao aquecimento global.

“Esta é uma boa notícia, porque o sequestro do carbono pelas florestas boreais já está diminuindo, enquanto as florestas tropicais podem continuar a absorver carbono por muitos anos”, disse David Schimel, cientista do Jet Propulsion Laboratory da NASA em Pasadena, Califórnia. Schimel é autor de um artigo sobre a nova pesquisa, publicada online na revista Proceedings of National Academy of Sciences.

A questão de que tipo de floresta é capaz de absorver mais carbono “não é apenas uma curiosidade sobre contabilidade”, disse o cientista do NCAR, Britton Stephens, um dos co-autores do estudo. “Existem grandes implicações na compreensão de como os ecossistemas terrestres poderiam continuar a compensar as emissões de dióxido de carbono.”

As florestas e o resto da vegetação terrestre absorvem atualmente até 30% das emissões de dióxido de carbono causadas por atividades humanas, através da fotossíntese. Se a taxa de absorção ficar mais lenta, o aquecimento global pode acelerar rapidamente.

Mas o aumento das emissões causadas pelo homem faz crescer as florestas em todo o mundo de forma mais rápida, reduzindo a quantidade de CO2 que permanece no ar: o efeito é conhecido como a fertilização de carbono. A investigação científica descobriu que o efeito é mais forte em temperaturas mais elevadas e, portanto, a fertilização é maior nos trópicos.

A emissão de CO2 e sua ligação com o crescimento das árvores, assim como a importância destas na “limpeza” da poluição atmosférica causada pelo homem, são continuamente objetos de estudo. Novos experimentos na tentativa de entender como (e se) o CO2 age mesmo sobre o crescimento das árvores.

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Fonte foto: commons.wikimedia.org




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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