Mulheres na agricultura – a solução para a erradicação da fome e da pobreza


Sim, é a verdade. As mulheres, na agricultura, são as que garantem a produção de alimentos. Esses são dados coletados pela FAO Mulher em países da América Latina, Ásia e África. Empoderar a mulher rural, portanto, será um dos caminhos viáveis para garantir alimentos e qualidade alimentar para todo o mundo.

Mas, o que significa isso de “empoderar a mulher rural”?

Não é retórica e sim, absoluta necessidade que a humanidade começa a sentir, cada vez mais pois, o problema da fome no mundo – que deriva para a questão da insegurança alimentar, a destruição das terras agrícolas e a má distribuição dos alimentos – é a calamidade que nos assola há quase um século.

“A realização da igualdade de gênero e da emancipação da mulher, não só é a coisa certa, mas é um ingrediente essencial na luta contra a extrema pobreza, a fome e a desnutrição” afirmou o diretor-geral da FAO, José Graziano da Silva, durante uma reunião recente da FAO com o Fundo Global para o Desenvolvimento Agrícola, a Comissão Europeia e ONU Mulheres.

O caminho passa, com certeza, por garantir acessos reais aos recursos produtivos, por garantir a propriedade da terra que cultivam às mulheres rurais, por garantir condições de acesso a sementes de qualidade (e impedir sua dependência das Monsanto e Bayer ou as empresas que surjam com esse objetivo).

Segundo os estudiosos, e a FAO garante que é assim, as mulheres rurais, nessas condições de empoderamento real, poderão produzir até mais 30% do que hoje ocorre.

As mulheres representam 45% da força de trabalho agrícola nos países em desenvolvimento, uma porcentagem que chega a 60% em algumas áreas da África e Ásia.

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Estes dados ressaltam a importância de assegurar que as mulheres que vivem em áreas rurais tenham igualdade de oportunidades, são as orientações da FAO para resolver a questão da fome.

Dê uma olhada nos dados, e reflita:

* Nos países em desenvolvimento, as mulheres representam 45% da força de trabalho agrícola: 20% na América Latina e 60% em algumas partes da África e Ásia.

* Nos países em desenvolvimento, as mulheres geralmente trabalham 12-13 horas por semana a mais do que os homens.

* Em todas as regiões, as mulheres são menos propensas a possuir ou controlar a terra. Menos de 20% dos proprietários de terras do mundo são mulheres.

* Mulheres reinvestem até 90% dos lucros em suas famílias, o dinheiro é gasto em comida, cuidados médicos, escolas e atividades geradoras de rendimentos, ajudando a quebrar o ciclo da pobreza entre gerações.

Miséria já atinge populações urbanas

De acordo com o Presidente do FIDA Kanayo F. Nwanze:

“A igualdade de gênero é fortalecer a segurança alimentar e nutricional das comunidades rurais e melhorar o seu bem-estar social e econômico” . Esses dados não são novos (já se fala nisso há, pelo menos, 1 década) mas, o que é novo agora é a urgência maior – a miséria que temos hoje no mundo vai em aumento exponencial e já atinge, inclusive, as populações urbanas.

Acontece que, quem produz é quem está no campo e, como já se sabe, é a agricultura familiar a que, realmente, garante o alimento dos seres que habitam as cidades.

E como também se sabe, na agricultura familiar, quem comanda a caminhada são as mulheres rurais, razão pela qual dizemos que, através das suas mãos, desde que empoderadas e garantidas, conseguiremos não só debelar a fome e a pobreza mas, intrinsecamente, obtermos segurança alimentar, o que é fundamental para a saúde futura de toda a humanidade.

Pensem nisso tudo, amigos da cidade, e arregacem suas mangas em solidariedade efetiva. Afinal, a preservação da vida na Terra é responsabilidade de cada um de nós, certo?

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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