Roundup da Monsanto e o desenvolvimento de bactérias superresistentes


O herbicida Roundup da Monsanto estaria relacionado com o desenvolvimento de bactérias superresistentes? A Monsanto, nos últimos dias processou a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IACR) por terem colocado o glifosato entre os possíveis cancerígenos para os seres humanos, listados em um estudo publicado no The Lancet Oncology.

Mas a multinacional e, acima de tudo, o herbicida que contém glifosato, estão novamente sob o fogo cruzado de um novo estudo que correlaciona o Roundup com o desenvolvimento de superbactérias resistentes aos antibióticos.

A Associação Argentina de Jornalistas Ambientais divulgou o novo estudo sobre o glifosato, publicado em 24 de março pela Sociedade Americana de Microbiologia na revista científica mBio Magazine, que correlaciona o glifosato – e outros dois herbicidas amplamente utilizados na agricultura, com o desenvolvimento de bactérias superresistentes.

O estudo demonstrou que a exposição aos herbicidas comerciais são capazes de modificar a forma com que as bactérias respondem a uma série de antibióticos de uso comum.

O autor do estudo é Jack Heinemann, professor em genética e perito da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, que identificou um mecanismo de defesa relacionado à utilização de herbicidas, o que poderia levar bactérias a desenvolverem uma super resistência aos antibióticos.

Os peritos avaliaram estes efeitos em três herbicidas:

1. O glifosato: substância-base do herbicida Roundup Monsanto, amplamente usado no Brasil e no mundo.

2. 2,4-D: está em terceiro lugar entre o herbicida mais popular nos Estados Unidos.

3. Dicamba: está em quinto lugar entre os herbicidas mais utilizados no mundo.

Alguns dos herbicidas mais amplamente usados em todo o mundo podiam ter um papel importante no desenvolvimento de bactérias superresistentes aos antibióticos? Serão necessários mais estudos nessa direção, e na esperança de que a Monsanto não explore o seu poder de influenciar as investigaçoes científicas

Propriamente nos últimos dias, do Reino Unido, chegou um novo alarme relativo à propagação de bactérias resistentes aos antibióticos e às possíveis conseqüências mortais para a população.

Além de difundir o conselho de usar antibióticos na saúde apenas quando este for estritamente necessário, e somente com prescrição médica, lembramos também que o uso de antibióticos em criações de animais de níveis industriais e maciços, também estão sob a mira da FDA como possíveis responsáveis pelo desenvolvimento das superbactérias.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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