Mobilização dos Trabalhadores Rurais


30 mil trabalhadores rurais estão mobilizados em 21 estados da União e também no Distrito Federal por conta das ações da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas e da Jornada Unitária do Campo, segundo o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, o MST. O movimento começou na terça-feira, dia 10, com 20 mil pessoas sem manifestações em 17 estados e no Distrito Federal. As ações dos manifestantes tiveram marchas, ocupação de terras, de prédios públicos e instituições financeiras e o bloqueio de rodovias.

O MST informou que uma das bandeiras das camponesas era a velocidade na tomada de soluções para os problemas que atingem 130 mil famílias acampadas em todo o país e agilidade no Programa Nacional de Habitação Rural, que usa recursos da União para financiar a aquisição de material para construção de casas em áreas rurais.

As reivindicações também são direcionadas para a presidente Dilma Rousseff, da qual o movimento cobra uma posição e reclama da demora da chefe do Poder Executivo.

“Algumas famílias estão há dez anos à beira das rodovias e debaixo do barraco de lona preta”, argumenta o informe do movimento.

Os estados atingidos pela mobilização dos trabalhadores rurais são: São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Santa Catarina, Rio do Sul, Maranhão, Paraná, Paraíba, Goiás, Alagoas, Sergipe, Mato Grosso, Tocantins, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Pernambuco, Pará, Piauí, Mato Grosso do Sul e, o já citado, Distrito Federal.

Outras ações diversas estão sendo empreendidas pelo movimento nos diferentes estados. Em Brasília, as camponesas protestaram em frente aos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o das Cidades e conseguiram uma reunião com o ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, que propôs a criação de um grupo de trabalho para manter o diálogo com as trabalhadoras rurais, e 2 mil trabalhadores rurais ocuparam agências bancárias em três municípios de Alagoas e também no estado do Pernambuco.

O movimento quer chamar a atenção também para que o governo dê mais atenção a agricultura familiar e para protestar contra o uso cada vez maior de agrotóxicos nas plantações. “As mulheres camponesas querem produzir alimentos saudáveis e as políticas públicas devem ser também para a agricultura camponesa”, disse a representante da direção nacional do Movimento de Mulheres Camponesas, Noeli Taborda.

Em reposta, o governo decidiu criar um grupo de trabalho para exercer o diálogo com o movimento.

Anunciado pelo Ministro da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas, o grupo de trabalho irá discutir questões previdenciárias das mulheres camponesas. O anúncio somente ocorreu depois de uma reunião entre o ministro e os trabalhadores rurais.

“A audiência com o ministro foi muito boa, ele foi muito receptivo”, disse a representante da coordenação do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e da Via Campesina Brasil, Rosângela Piovivani.

Outras questões como expandir a licença maternidade de quatro para seis meses e a Medida Provisória (MP) 664, que altera as regras para concessão de benefícios como pensão por morte e auxílio-doença estiveram na mesa de negociação.

“Queremos a derrubada imediata da MP 664/2014, que retira direitos das trabalhadoras e trabalhadores do campo. A gente gostaria que o Ministério da Previdência se organizasse para que, de fato, os direitos garantidos, conquistados com a luta das trabalhadoras do campo, permaneçam”, disse a representante da direção nacional do MMC, Noeli Taborda.

O ministro afirmou que o governo e os trabalhadores irão construir juntos ” o caminho do reconhecimento dos direitos para que, ao chegar à agência [do INSS], as mulheres e homens do campo tenham garantido os seus benefícios”, e alegou que seu ministério e o governo estão abertos para receberem os trabalhadores. “As conquistas sociais foram resultado de organização e de luta. É direito do trabalhador se organizar e reivindicar melhor qualidade de vida“.

Novos protestos são esperados para os próximos dias, mas desta vez para falar chamar a atenção e conversar com outros setores do governo que podem atender as demais reivindicações, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Ministério da Secretaria de Politicas para Mulheres e o do Desenvolvimento Agrário. Algumas pastas já tem reunião marcadas com os manifestantes, que continuam com o movimento até o fim de semana em todo o Brasil.

Fonte foto: fotospublicas.com




Redação greenMe

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