Produtos da Caatinga: um bom negócio


Nos últimos anos o Brasil percebeu um aumento extraordinário no desejo de seus habitantes de abrirem seu próprio negócio. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em média, 1,6 milhão de novas empresas são abertas todos os anos. O sentimento empreendedor cresce, assim como é cresce também, de forma explícita, a vontade de fazer aquilo que gosta, de valorizar o trabalho que é de fato nosso. Este é o exemplo dado pela Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos, Uauá e Curaçá (Coopercuc).

Na Coopercuc, cuja sede fica no município de Uauá, Bahia, e que ainda conta com 18 unidades instaladas em Canudos e Curaçá (BA), reúne uma equipe de 250 cooperados especializadas na criação de produtos alimentícios como compotas, geleia, doces, sucos e cerveja feitos com frutas da Caatinga.

Entretanto, o carro-chefe da cooperativa são as frutas da vegetação nativa baiana, tais quais o umbu, manga, goiaba e maracujá.

E a maior parte desses deliciosos artigos são feitos por mulheres. 75% dos cooperados são mulheres, que trabalham na produção e também na coordenação dos outros membros da Coopercuc, como é o caso de Dona Leda, responsável por um grupo de cinco mulheres que produzem compotas de sucos e geleias: “Todas fazem de tudo, mas a gente reveza o trabalho. Num dia uma fica dentro da cozinha e a outra fica do lado de fora mexendo com os potes e por aí vai”.

Leda é uma das fundadoras da Coopercuc e pertence à comunidade de Lajes das Aroeiras, em Uauá, além de praticar agricultura familiar e produzir maracujá da caatinga para reforçar a produção da cooperativa, em uma ação que os outros cooperados também podem realizar para contribuir com a produtividade.

Mas se as mulheres são as principais responsáveis pela produção, cabe a um homem presidir e gerenciar a Coopercuc como um todo, o presidente da cooperativa, Adilson Ribeiro dos Santos, que conta como os grupos são divididos e como as mulheres conseguem administrar o tempo dentro da cooperativa.

“Temos grupos só de mulheres e de comunidades mistas. Planejamos a produção e dividimos em partes iguais, dependendo do número de pessoas no grupo. Eles recebem de acordo com a quantidade que produzem”, explica. “A Coopercuc compra embalagem, açúcar, rótulo, tampa, carimbo, produtos de limpeza etc. Entregamos nas comunidades e depois pegamos de volta para vender e prestamos contas. Tirando as despesas com os insumos, o que sobra é do grupo”, revela Adilson.

O ganho pode chegar a até 3,5 mil reais, conforme a produção de cada cooperado.

Criada entre o ano de 2003 e 2004, a Coopercuc participa também do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal na formação de estoque de agricultura familiar. A participação garante instrumentos de apoio à comercialização de produtos, agregação de valor e sustentação de preços.

A intenção da Coopercuc é entrar em outros programas do governo, como os serviços de Assistência Técnica e Extensão (Ater). Este e outros programas federais são muito elogiados por Adilson, que ressalta a importância destes no crescimento da cooperativa e reforça que hoje, nem pensa em sair do campo: “Desde 2003 que as coisas melhoraram muito pra gente. Hoje, conseguimos dialogar com o ministério, município, secretarias. Temos total abertura. Esse tipo de democracia é muito importante. Onde já se viu falar tanto em agricultura familiar? Não tínhamos essa abertura toda, de viajar para fora, de fazer negócios, de comercializar, de produzir. Então, não tem por que sair do campo para ir para cidade grande.”, afirma o satisfeito presidente da Coopercuc.

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Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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