Hortas comunitárias, produção orgânica e interação social em Santa Catarina


Os humanos aprenderam a cultivar a terra há milênios. Mas, desde que se deslocaram para as cidades, fizeram por esquecer essa arte. Porém, em muitos lugares, planeta afora, muitas comunidades estão recuperando o prazer, e os benefícios, de semear com suas próprias mãos.

Benefícios de uma horta na sua comunidade

Uma horta comunitária traz muitos desses benefícios – não estou falando só de se plantar para colher a salada fresca e completar uma alimentação mais saudável. Também falo do benefício de se sentir o cheiro da terra úmida, de sentir o prazer de ver a semente brotar, a semente que você mesmo plantou e, mais ainda, o prazer de colher o fruto, e levá-lo para sua casa.

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Nas hortas comunitárias também se recupera o gosto do “trabalhar junto” que antigamente se chamava “mutirão”. É quando toda a comunidade se junta para resolver um problema, refazer um caminho ou uma casa que caiu e agora, semear a terra e tirar dela o fruto, em benefício de todos.

As hortas comunitárias em Santa Catarina

As hortas comunitárias estão acontecendo nas comunidades catarinenses que decidiram investir em espaços coletivos para produzir seus próprios alimentos e com esses, muito mais saudáveis e baratos do que os que se possam comprar em um supermercado, criou-se um novo ambiente de integração social e qualidade de vida.

Em Santa Catarina já existem 7 hortas comunitárias criadas em terrenos da Eletrosul, em áreas próximas às torres de transmissão de energia. Claro, plantar debaixo de uma torre de transmissão não é a melhor coisa do mundo – sempre fica a dúvida sobre o efeito nefasto das cargas elétricas e, também um certo risco já que estas são áreas consideradas de segurança (por conta das quedas de fiação de alta tensão) mas, é um começo. Quem sabe, futuramente, as praças públicas e passeios também.

No Sul de Santa Catarina os projetos de hortas comunitárias já envolvem 300 família e, segundo o técnico agrícola responsável, Anderson Caetano, “tirar uma horta dessas de onde elas estão vai gerar uma revolução. É algo que todo mundo está engajado, envolvido e aproveita”.

O projeto de horta comunitária da Eletrosul

Os projetos de hortas comunitárias existem em Palhoça, Xanxerê e Joinville. A Eletrosul incentivou também a criação de outras 22 hortas comunitárias no Rio Grande do Sul e no Paraná. O interesse da empresa, mais do que possibilitar que as comunidades cultivem a terra é usufruir dos benefícios resultantes dos cuidados das comunidades – assim evitam invasões, incêndios e mau uso destas áreas.

A Eletrosul entrega a área pronta para ser cultivada e as ferramentas de trabalho necessárias. É preciso, sim, que a comunidade se organize, que haja um contrato, enfim, que a população assuma sua parte no trabalho. Os produtos destas hortas comunitárias são distribuídos por doação a associações e aos participantes também levam para suas casas. Cada horta tem um coordenador para gerir problemas e se comunicar com a empresa. No modelo Eletrosul as hortas são cultivadas por famílias da comunidade e cada uma tem seu canteiro e pode vender, consumir ou doar toda a sua produção.

Nossa ideia é criar uma cultura da reciclagem do resíduo orgânico por meio da compostagem. Quem ajuda no projeto, cuida da horta ou dedica seu tempo, pode receber algum produto em troca – explica Eduardo Rodrigues, coordenador do projeto.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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