A dura vida do Pastor Alemão como cão policial em busca de drogas, explosivos e muito mais


Um tempo atrás, a atriz Paolla Oliveira interpretou Jeiza, uma policial militar que tinha como companheiro de batalha Iron, um cão Pastor Alemão. Esse cão retratou nessa novela a dura vida dos cães policiais. Recentemente reacendeu-se o debate com a história do Wilson, o cão que ajudou no resgate de crianças e depois sumiu.

Quem viu a novela e acompanhou a história do cão Iron torceu por ele, que enfrentava várias situações de perigo como por exemplo, entrar em locais onde estavam os bandidos. O personagem canino trouxe à tona a questão do uso de cães em situações de risco e perigo e a exploração animal.

A novela mostrou, que desde filhotes, os animais são treinados e privados de uma vida com mais liberdade, passam o tempo em treinamento e serviço sem “sair da linha”, ou seja, sem distração ou ordens diferentes para se manterem rigorosamente na tarefa policial, o que gera uma existência rígida, desgastante e arriscada.

Os cães em certa idade devem se “aposentar”, entretanto, vários animais morrem antes disso em missões arriscadas de apreensão de entorpecentes, procura de explosivos e perseguição à bandidos.

Os treinamentos rigorosos e contínuos deixam esses cães em constante estado de alerta e vigia, em intensa atividade, passando uma existência de total obediência e guarda, para servir ao humano.

Pastor Alemão, a raça mais utilizada como cão policial

O Pastor Alemão é a raça canina mais comumente utilizada para esse tipo de serviço, por ser um cão sociável, disciplinado e forte. Essas qualidades são utilizadas no treinamento deles para o serviço policial.

Um cão policial (também conhecido por K9) é criado e adestrado para trabalhar e ajudar a polícia e outras forças de segurança pública.

Fazem parte das tarefas do cão policial:

  • o farejamento de drogas e explosivos
  • localizar pessoas e animais desaparecidos
  • encontrar provas e vestígios de crime
  • perseguir, atacar e imobilizar suspeitos de delitos.

História da utilização de cães para o serviço policial

A utilização de cães para o serviço policial e de segurança começou na Idade Média, quando os oficiais da polícia faziam as seguranças em aldeias acompanhados de cães.

Com a Revolução Industrial e a crescente urbanização no século XIX, vigias noturnos eram contratados para cuidar das segurança das fábricas e trabalhavam acompanhados de cães.

Em 1889, o Comissário da Polícia Metropolitana de Londres, Sir Charles Warren utilizou cães em investigação policial.

Nesse mesmo ano, a Bélgica introduziu o primeiro programa de serviço de cães policiais.

Esse tipo de serviço com cães foi cada vez mais sendo desenvolvido na Europa, até que na Alemanha, surgiram a criação e treinamento de cães para essa finalidade.

Em 1920, em Greenheide, a polícia alemã elegeu o Pastor Alemão como a primeira raça ideal para o trabalho policial e abriu a primeira escola de treinamento de cães.

Os cães eram treinados para obedecer aos oficiais alemães, com o objetivo de rastrear e atacar criminosos.

Em 1908, na Grã-Bretanha, a Polícia Ferroviária do Nordeste foi uma das primeiras a usar cães policiais para coibir furtos nas docas de Hull.

Em março de 1933, na Alemanha, o oficial nazista Schutzpolizei trabalhava acompanhado de um cão Pastor Alemão na eleição federal alemã.

O duro treinamento dos cães policiais

O condutor da polícia, que irá treinar e trabalhar com o cão policial, passa por um longo processo de treinamento. O cão que será treinado para isso poderá ser adquirido, adotado ou nascido no próprio canil da polícia.

Esse cão passará por um treinamento básico de obediência, para ser capaz de obedecer prontamente aos comandos de seu condutor. Assim, o policial terá o máximo de controle sobre a força que o cão usará na apreensão de um bandido.

Os cães policiais podem ser direcionados para tarefas específicas como ataque, faro ou as duas funções, prestando serviço no ataque a criminosos e também detectando explosivos ou narcóticos, a partir do faro.

Cão de faro e detecção

O cão que é treinado para esse serviço passa a detectar narcóticos ou explosivos, porém não podem ser treinados para detectar ambos, o que é exigido do cão para perceber a presença de explosivos é diferente do que é necessário para a detecção de narcóticos.

O animal é submetido à prática de atividades que o habilitam a transpor muros, cercas, subir escadas, à resistência e dessensibilização dele a todo tipo de barulho, ambiente e solo.

Cães policiais e suas especialidades

Conforme, a tendência do animal e seu treinamento, ele será direcionado para uma ou mais especialidade a serviço da polícia, tais como:

  • Cão de patrulha – que faz apreensão e ataque; localiza e imobiliza suspeitos ou agressores.
  • Cães de busca e salvamento – localiza suspeitos ou encontra pessoas, animais ou objetos desaparecidos.
  • Cães de detecção de narcóticos ou explosivos – detectam substâncias ilícitas, como drogas ou explosivo.
  • Cães de dupla finalidade – realizam tanto o ataque quanto o farejamento.

Aposentadoria do Cão Policial

Os cães da polícia são aposentados geralmente com 9 anos de idade ou se ficarem com alguma lesão ou sequela em consequência de suas tarefas policiais.

Ao se aposentarem, os cães poderão ficar com seu condutor ou serem adotados por outras pessoas que estejam aptas a realizar uma adoção responsável.

Cão Policial x Exploração Animal

Agora veja porque é dura a vida de um cão policial, especialmente a do Pastor Alemão, dado que é a raça mais usada para este fim.

  • Desde filhotes os cães começam a treinar. Brincadeiras livres não existem.
  • Os cães são submetidos às constantes situações de estresse, como exemplo, em treinamentos que incluem saltos através de uma roda em chamas, para saber pular pela janela em situação de um local em incêndio.
  • Até os brinquedos, utilizados mesmo na fase em que o cão policial é filhote, são utilizados para direcioná-lo para o farejamento de drogas, que para isso são colocadas dentro dos brinquedos.
  • Um policial humano optou por seguir essa profissão e receber treinamento para ser policial, um animal, não.

Alternativas ao uso de cães policiais

Outro ponto que é necessário salientar, é que já existem tecnologias que podem substituir o uso de cães policiais nas tarefas desempenhadas por eles, sendo apenas preciso haver mais incentivo e iniciativa para que sejam viabilizadas. Dessa forma, esses animais poderão ter suas vidas preservadas da exposição a explosivos e tiroteios, entre outros.

Leia mais:

Apesar de estarem prestando um serviço heroico, esses animais vivem sob tensão e submetidos a treinamentos pesados, uma dura vida que, se tivessem escolha, não a viveriam dessa forma.

É justo submeter um cão a essa condição? O que você pensa a respeito disso?

A opinião de um vegano

Que os cães são ótimos policias a serviço do homem, que eles ajudam a detectar doenças, a guiar pessoas com deficiências e a salvar nossas vidas, ninguém duvida, mas será que isso é justo ou necessário? Veja neste vídeo a opinião de Fábio Chaves do Portal Vegano Vista-se onde ele questiona a necessidade do serviço canino policial ou como guia, e se não existiriam outras formas de substituir os animais nestes tipos de tarefas e serviços.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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