Idoso morre atropelado por ciclista e reascende a guerra contra as ciclovias


O fato em si é lamentável, sem dúvida alguma: um idoso de 78 anos foi atropelado por um ciclista na ciclovia localizada no elevado conhecido como “Minhocão” no centro da cidade de São Paulo no último dia 18. Porém, diferentemente da reação fria das pessoas perante a morte de milhares de pedestres atropelados por veículos motorizados todos os anos, e cuja ação preventiva de diminuição da velocidade máxima em algumas vias da capital paulista causou revolta por conta de supostos minutos a mais para chegar em casa, a morte na ciclovia gerou reação negativa imediata de todos que são contrários às novas pistas.

Mas voltando a trágica ocorrência. Florisbaldo Carvalho da Rocha era um senhor aposentado e que se dirigia ao mercado para comprar pães e que foi atingido pela bicicleta após tentar atravessar a rua fora da faixa de pedestres. O ciclista, que irá responder pelo crime homicídio culposo, prestou socorro, ficando com o idoso até o resgate chegar. Florisbaldo faleceu de traumatismo craniano.

A ciclovia é, sim, um trabalho em progresso e ninguém nega que precisa de melhoras em alguns trechos. Este em particular, no Minhocão, possui diversos pontos cegos, o que contribuiu para o acidente, no entanto, é inegável que o planejamento primário foi realizado antes da implantação das vias e até com direito a estudo internacional das ciclovias existentes nos países desenvolvidos.

A ideia de culpar o prefeito Fernando Haddad é insana. É o mesmo que o culpar por ter construído uma nova avenida para benefício do tráfego e o culpar pelas mortes que, inevitavelmente, irão acontecer ali, pois em São Paulo é quase impossível uma pessoa não ser atropelada em um via expressa.

Ou o Governo do Estado para cada acidente que ocorre nos trilhos do trem e do metrô, como ocorreu há pouco tempo em uma das novas linhas com um pedestre. A cidade e o estado precisam deste meio de transporte e a solução não é amaldiçoá-las.

Isso sem falar nos ciclistas que também são vítimas constantes de atropelamentos. Somente no ano de 2015, segundo a Companhia Estadual de Tráfego (CET), 47 ciclistas morreram até agora. Com um detalhe, apenas um ciclista faleceu enquanto estava utilizando a ciclovia, e foi exatamente em um caso de atropelamento irresponsável na Zona Leste que acometeu uma jovem, revoltando os moradores da região.

Fato é que a ciclovia não apenas melhora a segurança dos ciclistas e as suas condições de trânsito, ela é necessária para a vida sustentável da cidade. Não somente como meio de transporte, mas também como forma de melhorar a saúde dos paulistanos e poupar o nosso já sobrecarregado sistema público de saúde (o particular também sofre, vide as milhares de reclamações diárias).

Acidentes acontecem e a melhor maneira de evitá-los é trabalharmos juntos na melhoria e na conscientização e educação de pedestres, ciclistas e motoristas em geral.

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Redação greenMe

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