Felinos selvagens do Brasil: conheça as 9 espécies que aqui habitam


Loucos por gatos, tigres, onças…. Os felinos são de fato animais maravilhosos, misteriosamente fofos e fortes. No Brasil, existem 9 espécies felinas selvagens e muitas pessoas não fazem ideia de quais sejam elas.

Neste conteúdo você irá conhecer os felinos silvestres que vivem nos biomas brasileiros do Cerrado, Pantanal, Caatinga, nas florestas e até nos pampas.

Onça-pintada (Panthera onca)

A onça-pintada também é conhecida por outros nomes como jaguaretê e canguçu.

Este animal chega a medir até 2,70 m e pesa entre 35 kg e 158 kg.

Sua pelagem varia do amarelo-claro ao castanho-ocráceo, tem manchas pretas em forma de rosetas de diferentes tamanhos.

Alimenta-se de pequenos mamíferos, répteis, aves e até de animais grandes como antas, queixadas, veados, jacarés e sucuris.

A fêmea pode gerar de 1 a 4 filhotes e sua gestação leva de 90 a 111 dias.

Esta espécie vive cerca de 15 anos, livre na Natureza. Entretanto pode passar de 20 anos, vivendo em cativeiro.

Este felídeo habita a maioria dos biomas brasileiros, com exceção do Pampa.

A onça-pintada pode habitar em florestas tropicais ou até regiões semi-desérticas

Infelizmente esse animal símbolo da fauna brasileira encontra-se vulnerável à extinção, devido à destruição de seu habitat, principalmente por causa da expansão de atividades como agropecuária, mineração, construção de hidrelétricas e rodovias.  

Onça-parda (Puma concolor)

A onça-parda é conhecida também pelos nomes onça-vermelha, sussuarana, leão-baio, bodeira e puma.

Em geral, esse animal chega a um comprimento de 1,96 m, que se estende do corpo à cauda.

Seu peso varia de 38 kg a 72 kg.

Este animal tem pelagem macia de coloração bege, à exceção da região ventral que é mais clara. 

Seu corpo é delicado e alongado, o que lhe confere bastante agilidade, por isso, pode saltar do chão até uma árvore, a uma altura de 5,5 m. 


Esta espécie de onça se alimenta de pacas, tatus, quatis, roedores, aves, répteis, veados, porcos-do-mato, capivaras e jacarés

A fêmea pode reproduzir de de 1 a 6 filhotes, em uma gestação que leva de 82 a 98 dias.

Indivíduos desta espécie vivem por volta de 13 anos, em vida livre na Natureza. Já em cativeiro podem viver 20 anos.

A onça-parda é encontrada na região Neotropical, que se estende desde o sul do Canadá até o extremo sul do continente sul-americano, com exceção apenas do complexo das ilhas Caribenhas e algumas regiões do Chile.

Este felino habita em florestas úmidas tropicais e subtropicais até florestas temperadas; pântanos e charcos; áreas montanhosas, acima de 3.000 m de altitude; ou em regiões extremamente áridas ou frias. 

Assim como a onça pintada, esta espécie se encontra vulnerável à extinção pelas mesmas razões.

Jaguatirica (Leopardus pardalis)

Outros nomes da Jaguatirica são: maracajá-verdadeiro e maracajá-açu.

Essa espécie mede  de 97 cm a 1,45 m de comprimento e seu peso pode chegar até 18,6 kg.

Seu porte é médio, sua pelagem é espessa, porém curta, e de coloração amarelo-dourada com rosetas escuras que se localizam principalmente nas laterais do corpo.

Em seu dorso aparecem listras que vão do topo dos olhos à base da cauda.

Alimenta-se de ratos, camundongos, pacas, cutias, tatu, macacos, aves, répteis, peixes, moluscos e crustáceos aquáticos.

A fêmea pode ter de 1 a 4 filhotes e sua gestação pode levar de 70 a 85 dias.

Vive por volta de 10 anos, em liberdade. No cativeiro pode chegar até cerca 21 anos.

https://youtu.be/O1aLCMZB1gE

A Jaguatirica é encontrada em uma área que compreende desde o sudoeste do Texas, oeste do México até o norte da Argentina e noroeste do Uruguai. 

No Brasil, esta espécie só não é encontrada na região dos pampas, no sul do Rio Grande do Sul.

Este felino pode habitar desde florestas até Caatinga e Cerrado.

Jaguarundi (Puma yagouaroundi)

Outros nomes dessa espécie são gato-mourisco e gato-vermelho.

Mede em média 1,40 m de comprimento e pesa em geral 6 kg.

Alimenta-se de aves, serpentes, lagartos e anfíbios.

A fêmea pode reproduzir de 1 a 4 filhotes, em uma gestação que leva de 63 a 75 dias.

O corpo deste felino é alongado e delgado, sua cabeça é pequena e achatada, suas orelhas são curtas e sua cauda longa. 

A coloração de seu pelo varia do marrom bem escuro, avermelhado ou bege.

Os indivíduos com pelagem mais escura são típicos de florestas e os de pelagem mais clara são comuns em regiões mais secas.  

Na Natureza, vivem por volta de dez anos e no cativeiro cerca de 18 anos.

Essa espécie pode ser encontrada em todas as Américas.

No Brasil, existem poucas populações dessa espécie.

Este animal vive em florestas de planícies,  matas, restingas, cerrado e manguezais.

Esta é uma outra espécie que se encontra vulnerável à extinção por causa da intensificação da agropecuária, caça, atropelamentos e queimadas.

Gato-maracajá (Leopardus wieddi)

Outros nomes desse gato selvagem são gato-peludo, maracajá-peludo.

Em geral, seu comprimento total é de 97 cm e seu peso é de 3,3 Kg.

O Gato-maracajá se caracteriza pelos seus olhos enormes, focinho saliente e cauda bem comprida. 

As patas traseiras deste animal têm articulações bastante flexíveis, permitindo rotação de até 180 graus, o que lhe proporciona acentuada habilidade de descer de uma árvore, de cabeça para baixo. 

A coloração de sua pelagem macia e comprida varia entre amarelo-acinzentado e castanho-amarelado, suas manchas apresentam-se como pintas sólidas ou bandas longitudinais.

Sua dieta alimentar compreende desde roedores e marsupiais até mamíferos de médio porte, aves e lagartos.

A fêmea pode ter 1 filhote, em uma gestação que varia de 81 a 84 dias.

Esta espécie pode viver na natureza por cerca de 13 anos e no cativeiro chega a 24 anos.

O Gato-maracajá pode ser encontrado desde a região costeira do México até o norte do Uruguai e na Argentina.

No Brasil, esta espécie só não é encontrada no Ceará e na metade meridional do Rio Grande do Sul.

Nos estados como Paraíba, Alagoas, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Sergipe, esse animal só é encontrado na Mata Atlântica costeira.

Esse felino selvagem habita florestas, matas e áreas savânicas, como as do Cerrado.

Infelizmente, essa é outra espécie que se encontra vulnerável à extinção, devido a fatores como o abate desses animais para controle de predação de aves domésticas, atropelamentos, doenças adquiridas por contato com animais domésticos e caça.

Gato-macambira (Leopardus tigrinus)

Gato-do-mato-pequeno, pintadinho, mumuninha, gato-lagartixeiro, chué e gato-maracajá-mirim, são os outros nomes dessa espécie.

Este animal mede em geral 77 cm de comprimento e pesa 2,4 Kg.

Essa é uma das menores espécies de felino do Brasil e, por isso, se assemelha ao gato doméstico.

Seu pelo é curto e grosso com coloração castanho claro ao cinza e manchas marrom escuro. 

O ventre desse gato é mais claro que o resto do corpo e é marcado com rosetas. 

Sua cauda possui o desenho de 7 a 13 anéis escuros e na ponta é escura.

Seus membros têm manchas pretas e a parte de trás das orelhas é preta com uma mancha branca próxima ao centro do pavilhão auricular. 

Sua alimentação compreende basicamente pequenos e médios mamíferos, até aves e répteis.

A fêmea pode gerar de 1 a 4 filhotes e sua gestação pode levar de 73 a 78 dias.

A longevidade desse animal é de 10 a 14 anos, na Natureza, e cerca de 21 anos, em cativeiro.

É encontrado no norte e nordeste do Brasil, e também na Venezuela e nas Guianas.

O Gato-macambira habita florestas pluviais densas da Mata Atlântica e Amazônia, áreas secas quase sem chuva da Caatinga nordestina, regiões de vegetação costeira das restingas, florestas tropicais e sub-tropicais e áreas do Cerrado. 

Essa espécie se encontra em perigo de extinção principalmente pela caça, pelo abate desse animal decorrente da ação predatória humana, por doenças transmitidas pelo contato com animais domésticos.

Gato-palheiro (Leopardus colocolo)

Outro nome dado a esse gato selvagem é gato-dos-pampas.

Seu comprimento total é em média de 88,5 cm e pode pesar de 3 a 4 Kg.

Sua pelagem possui pelos longos, de coloração que pode ser vermelho alaranjado ou cinza, e apresenta listras irregulares nas patas e laterais do corpo.  

Ele se alimenta principalmente de pequenos mamíferos, aves, lagartos, serpentes e insetos.

A fêmea pode dar à luz a 1 até 3 de filhotes, após uma gestação de 80 a 85 dias.

Seu tempo de vida médio na natureza é de 9 anos e no cativeiro é aproximadamente de 15 anos.


Esta espécie pode ser encontrada principalmente na América do Sul, em regiões de vegetação campestre, de savana e campos de altitude.

Esse gato selvagem vive na região andina do Peru, do Chile, da Bolívia, da Argentina e do Paraguai. 

No Brasil, esta espécie vive na região centro-oeste e sudeste e metade sul do estado do Rio Grande do Sul.

Este felino sul-americano aprecia áreas naturais abertas, como a dos Pampas, e também florestas e cerrado.

Ele se encontra vulnerável à extinção devido à destruição de seu habitat, em virtude da atividade agrícola, das queimadas, dos atropelamentos, predação por cães domésticos, caça e envenenamento.

Gato-do-mato-grande (Leopardus geoffroyi)

Essa espécie também é conhecida como Gato-do-mato.

O seu comprimento é de 94 cm, em média, e chega a pesar  4,6 kg.

A sua pelagem tem coloração que varia do cinza claro ao ocre, coberta por pequenas manchas negras. No seu dorso e em suas patas existem pequenas listras negras e na sua cauda vários anéis escuros.   

Ele alimenta-se de roedores, marsupiais, aves, viscacha (espécie de coelho), ratão-do-banhado e lebre.

A fêmea pode ter de 2 a 3 filhotes e a sua gestação pode levar de 76 a 78 dias.

Seu tempo de vida na natureza é de 14 anos e no cativeiro pode chegar a 23 anos.

Esse gato vive na parte centro-sul da América do Sul; no Uruguai; no sul do Brasil até a região andina da Bolívia e norte da Argentina; na região do Chaco, no oeste do Paraguai; da Argentina até a Patagônia, inclusive no sul chileno.

O Gato-do-mato-grande habita regiões com vegetação densa, arbustiva e arbórea, porém tolera ambiente alterados, como áreas onde incidem atividade agrícolas de pequena extensão.

Gato-do-mato-pequeno (Leopardus guttulus)

 

Seu comprimento médio é de 83,5 cm e seu peso varia de 1,5 Kg a 3 Kg.

Assim como o gato-macambira, esse felino é um dos menores gatos silvestres da América do Sul, com tamanho semelhante ao de um gato doméstico.

A coloração de sua pelagem varia entre tonalidades que vão do amarelo-claro ao castanho-amarelado.  

A pelagem da sua barriga é mais clara e coberta com manchas escuras. Suas orelhas são pretas na porção posterior, tendo uma mancha central branca.

A cauda desse animal é bem longa.

Ele se alimenta basicamente de mamíferos bem pequenos, aves e répteis.

Sua fêmea gera de 1 a 4 filhotes e sua gestação leva de 73 a 78 dias.

Vive até cerca de 11 anos, em liberdade na Natureza. No cativeiro, chega a viver 20 anos.

Esta espécie habita as regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, no Paraguai e nordeste da Argentina, ocupando desde áreas mais abertas até as com vegetação mais densa.

Este animal se encontra vulnerável à extinção, por conta da caça para o comércio de peles, destruição das florestas e consequentemente de seu habitat.

A importância de medidas de conservação dessas espécies

Como revelado, a maioria dos felinos brasileiros estão vulneráveis à extinção, por isso cabe aqui enfatizar a importância de medidas de proteção a estas espécies, tais como:

  • Leis mais rigorosas para combater a caça e a destruição dos habitats desses animais
  • Aumento de áreas de preservação e proteção destas espécies
  • Campanhas educativas e de conscientização sobre a preservação dos animais
  • Restrição, por parte do governo e órgãos públicos ambientais, da expansão de atividades agropecuárias, mineradoras e de urbanização em biomas onde se concentram as populações destes animais.
  • Apoio às entidades que atuam em defesa dessas espécies e na proteção da vida selvagem.

Precisamos recordar que se estes animais se encontram nessa situação porque o ser humano invadiu e se apossou de suas moradas, e é preciso reverter essa situação antes que de fato entrem em extinção.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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