2019: o Ano das Tragédias Ambientais


Final de ano é sempre período de reflexão, de fazer um balanço do que foi bom, do que foi ruim, do que erramos, do que acertamos, do que podemos melhorar. 2019 foi o ano das tragédias ambientais no Brasil. Em alguns casos os culpados se revelaram evidentes, em outros, a culpa poderia até ter sido generalizada. Tudo não estaria perdido se pudéssemos tirar proveito dos nossos erros, agindo em modo de não errar novamente. Vamos relembrar as tragédias, mas vamos deixar esperanças concretas para que anos melhores possam vir.

Brumadinho

2019 começou com uma grande tragédia, já em janeiro, que deixou pessoas e animais mortos e desaparecidos, vidas inocentes e danos ambientais imensuráveis. O pior foi saber que essa tragédia poderia ter sido evitada e que o rompimento da barragem em Mariana, em 2015, não serviu de lição nem para o governo nem para as mineradoras. Lamentável. Desse caso poderíamos prometer que omissões do tipo não poderão NUNCA mais acontecer.

Chuvas intensas e mortes

A natureza tem muita força no Brasil, e quase todo ano, chuvas intensas fazem vítimas. Esse ano foi uma tragédia só: mortes no Rio de Janeiro, São Paulo e estragos por toda parte. Ainda que a culpa fosse de São Pedro, os governos e as autoridades não precisariam de bola de cristal para prever os danos. Bastaria um pouco de boa vontade e todo sofrimento seria evitado. É preciso colocar em prática planos de contenção das chuvas nas cidades, possibilitando o escoamento da água quando cai em maneira dramática.

Queimadas na Amazônia

As queimadas na Amazônia começaram como se fossem faíscas de fogo, normais para o período do ano naquela região. O fogo se alastrava enquanto as autoridades esperavam que Deus pusesse fim às chamas. O caso teve grande repercussão internacional, e se tivemos uma lição para tirar disso, é a de que o nosso Brasil é muito mais importante e querido do que se possamos imaginar. O mundo está de olho nas nossas riquezas e somos nós que devemos prezar pela sua preservação.

Desmatamento

O aumento do desmatamento na Amazônia Legal (29,5% em comparação ao ano precedente) levou à exoneração do então presidente do INPE porque acusado de divulgar dados falsos ou exagerados. Hoje Ricardo Galvão é um dos cientistas do ano, premiado pela prestigiada revista Nature, por sua defesa da pesquisa científica.

Derramamento de óleo

O ano termina com o caso da manchinha de óleo, também subestimada no começo, e que tomou proporções imensas causando a morte de animais inocentes e danos ambientais de difícil recuperação, a todo um ecossistema. Fala-se da maior tragédia ambiental no litoral brasileiro. Os culpados ainda não foram encontrados enquanto a conta está sendo paga por pessoas comuns, que vivem da pesca e do turismo nas regiões afetadas. Uma tragédia em todos os sentidos, desde a demora na tomada de decisão para contenção do óleo, à falta de capacidade investigativa.

Não só no Brasil

Em 2019, a Organização Mundial Meteorológica (OMM) divulgou que gases de efeito estufa atingiram concentrações recordes na atmosfera terrestre. Isso significa um aumento da temperatura global, com consequente aceleração dos efeitos da crise climática, ou seja, aumento do nível do mar, derretimento das calotas polares, escassez hídrica, tempo seco e favorecimento de queimadas florestais, entre outros.

E por falar em queimadas, esse ano, além da Amazônia, no Ártico, na Indonésia, na África, incêndios florestais espalharam mortes em chamas, enquanto a Austrália ainda queima. Se parece o fim do mundo, é hora de ouvir o chamado da Mãe Natureza e demostrar amor ao próximo e o respeito à vida, em seu sentido mais amplo.

Esperança

Se por um lado tudo parece estar literalmente queimado, queremos deixar uma esperança para vocês. A população acordou!

Na COP 25 em Madrid, a repercussão do apoio popular foi grande, o fenômeno Greta Thunberg se faz cada vez mais forte e, apesar das críticas e dos haters, a menina segue crescendo cada vez mais com a sua força motriz, e vem recebendo prêmios e reconhecimento inclusive da classe científica.

“Há esperança. Mas ela não vem dos governos. Vem das pessoas”, disse Greta Thunberg, na COP25

Todos com Greta, especialmente a juventude, mas não apenas. O povo vem se demonstrando cada vez mais disposto a lutar por um planeta habitável e mais justo para todos.

Lembremos também que vêm aí as eleições municipais no Brasil. Se você leu esse texto até aqui é porque se preocupa com o meio ambiente. Lembre-se disso na hora de votar e escolha um candidato que tenha em pauta planos de defesa ambiental, gestão do lixo, contenção da água da chuva, reflorestamento urbano, mobilidade sustentável, redução do uso de agrotóxico nas lavouras e por aí vai.

Nós do GreenMe te desejamos um feliz Ano Novo. Que a esperança não se apague em nossos corações porque um mundo melhor é possível.




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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