22 de Março – Dia Mundial da Água. Em nome de quê?


Hoje é o Dia Mundial da Água e os dois maiores eventos do planeta dedicados ao tema estão acontecendo agora, em Brasília. Aproveitamos a data e a realização do , em paralelo com o Fórum Mundial Alternativo da Água (Fama) para propor uma reflexão: em nome de que estamos comprometendo nossas nascentes, mananciais e rios, com intervenções que não respeitam o meio ambiente e não levam em consideração as futuras gerações?

Que tipo de retorno trazem investimentos que não levam em conta um dos direitos mais elementares de qualquer cidadão, que é o acesso à água potável?

Escassez de água. O futuro já chegou

Em um estudo recente, a ONU alerta que, se o mundo continuar no mesmo compasso, em 2050 teremos 5,7 bilhões de pessoas sofrendo diretamente os efeitos de uma crise hídrica. E nem precisamos ir tão longe no futuro para ficarmos apreensivos: um terço dos açudes do Nordeste estão secos, o rio São Francisco já perdeu grande parte de seu volume e, em 2016, a Amazônia passou pela maior seca em um século.

Estes são sinais claríssimos da gravidade da situação, mas parecem ser insuficientes para fazer com que haja uma mudança no modo e nos meios com que nos relacionamos com as nossas reservas.

  • Projetos de barragens, que comprometem a vida e o fluxo dos rios, continuam surgindo em grande número;
  • desmatamento e garimpo ameaçam as nascentes e mananciais;
  • agrotóxicos usados de forma desenfreada;
  • a falta de saneamento básico – 81% dos municípios brasileiros despejam metade de seus dejetos, sem tratamento, em cursos d’água – envenenam nossos rios.
  • Nem mesmo a comoção com a perda do Rio Doce para o descaso e a ganância parece ter ajudado a frear esse processo – e o que aconteceu em Barcarena, no Pará, está aí para provar.

Em nome de quê?

Indígenas e outros povos tradicionais brasileiros, que habitam as regiões ameaçadas por projetos e políticas insustentáveis, têm muito a nos ensinar sobre como conviver em harmonia com o meio ambiente. São pessoas que nunca encararam a água como mera mercadoria ou ingrediente, que mantêm uma relação íntima e até espiritual com nossos rios. Eles têm muito a nos ensinar, não só em relação ao respeito que devotam à natureza, mas também por sua resistência.

Inspirados neles, nasceu a campanha “Em nome de quê?”.

O ponto de partida é um curta-metragem do cineasta e diretor de TV Luiz Fernando Carvalho, gravado no Planalto dos Parecis, em Mato Grosso, nascente de algumas das principais bacias hidrográficas do país.

O Brasil é guardião de 20% de toda a água doce do planeta; e o país tem hoje aproximadamente 83 mil km de extensão de rios considerados mortos – o que equivale à soma da extensão dos 17 maiores do mundo.

Em nome de que estamos deixando destruírem esse patrimônio que não é só nosso, mas de toda a Humanidade?

Hoje, 22 de março, no Dia Mundial da Água, deixamos essa pergunta ao leitor para sua conscientização sobre o uso responsável da água.

O cidadão comum pode fazer sua parte na preservação deste recurso natural que é pura vida! Mas também devemos eleger, vigiar e cobrar as autoridades para que, em nosso nome, em nome da vida na Terra, das gerações futuras, da biodiversidade e de todos os povos, trabalhem pela preservação, pelo uso responsável e pela valorização não monetária de um recurso primordial, já em escassez e de valor inestimável.

Uma Gota no Oceano e Operação Amazônia Nativa (Opan)




Redação greenMe

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