Mudança climática: falta d’água extinguiu espécie no passado‏


Será um aviso? Um ciclo da natureza que se repete? Um estudo descobriu que a última espécie de mamutes existentes na Terra, o mamute-lanoso do Alasca, morreu por causa das mudanças climáticas ocorridas há 5.600 anos.

Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) do Alasca foram os últimos grupos sobreviventes da espécie cuja provável causa de extinção seja o aumento do nível das águas salgadas do mar na ilha onde viviam, fazendo-os morrer de sede.

A pesquisa, feita por investigadores da Universidade do Alasca em Fairbanks e da Universidade Estadual da Pensilvânia, foi divulgada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas). Além de descrever o fato, o estudo alerta que estamos vivendo em um cenário semelhante ao dos mamutes-lanosos, devido ao aquecimento global e à subida do nível dos mares, fenômenos que dificultam o acesso à água doce.

A Ilha Saint-Paul, onde foi realizado o estudo, está situada no Mar Bering e permaneceu isolada entre 14.700 e 13.500 anos atrás por causa do aumento do nível do mar durante o último degelo, diminuindo significativamente de tamanho. Durante a última glaciação, a ilha fazia parte da ligação por terra entre a Ásia e a América do Norte, o Estreito de Bering. Ao final do período glacial, há 10 mil anos, os dois continentes foram separados pelo aumento do nível do mar. A ilha St. Paul, que havia sido formada há 14 mil anos, começou a dar sinais de encolhimento: há 6 mil anos chegou ao seu tamanho atual, 108 quilômetros quadrados. Naquela época, os seres humanos não viviam, ainda, na região.

O método utilizado pelos cientistas foi a datação por radiocarbono na análise da coleta de sedimentos do leito de um dos poucos lagos de água doce da ilha. Em busca de fungos que crescem nas fezes dos animais, puderam analisar quando os animais desapareceram. A coleta do material foi iniciada em 2013.

No material, foi encontrada a presença de DNA dos mamutes de até 5.650 anos atrás. O estudo afirma que essa foi a datação mais precisa descoberta sobre um evento de extinção. “Após esse tempo, não há mais DNA de mamute, e por isso não há mais mamutes na ilha”, afirma.

A provável causa da morte dos mamutes foi a escassez de água, que se prolongou por muitos anos. Estima-se que durante 2000 anos a água foi ficando cada vez mais rara de ser encontrada pelos animais. Segundo Matthew Wooller, coautor do estudo e professor da Universidade do Alaska Fairbanks, foi um “quadro calamitoso” para os mamutes.

O estudo reafirma uma das grandes preocupações ambientais para este século: a escassez de água, sobretudo para as populações, incluindo a humana, que vivem em zonas costeiras, as principais afetadas pela elevação do nível do mar.

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Fonte: EstadodeMinas

Fonte foto: nhm.ac.uk




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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