A maioria quer emagrecer, mas tem gente que precisa engordar: anorexia e bulimia


Cada vez mais estamos preocupados com nossa saúde e bem-estar. Justamente! Vivemos em um mundo cada vez mais poluído; as doenças degenerativas parecem pipocar e ainda não se sabe bem os porquês: genética, ambiente, alimentação inadequada, sedentarismo, agrotóxicos ou tudo isso e mais um pouco. A questão é que além dessas justas preocupações, a estética da magreza ainda impera nas revistas e mídia em geral, como o modelo perfeito de saúde.

Vamos combinar uma coisa? Somos diferentes graças a Deus, para quem acredita em Deus, e graças à seleção natural para quem prefere essa abordagem. Esta diferença faz com que sejamos melhores, como um todo. Então vamos nos aceitar com todas as nossas diferenças. Quem nasceu com uma estrutura física mais forte não poderá nunca ser franzino. Ainda bem! Quem é franzino não poderá nunca ter as costas largas! Saúde é mesmo o que interessa. E isso não tem a ver com ser magro. Tem a ver com você ser você mesmo: nem obeso, nem anoréxico.

Por mil motivos interligados, complicados e inumeráveis (família, depressão, adolescência, baixa autoestima…) as disfunções alimentares ocorrem de uma maneira preocupante.

Para se ter uma ideia, pouco tempo faz, a bailarina solista, Mariafrancesca Garritano, do prestigiado Teatro Scala de Milão, foi demitida depois de denunciar ao jornal inglês The Guardian que uma em cada 5 bailarinas do Scala, é anoréxica. O caso revelou um fato que infelizmente é muito comum e que deve ser amplamente discutido pois, apenas 1 em cada 10 homens e mulheres no mundo, com transtornos alimentares, recebe tratamento.

Transtorno Alimentar (TA) é um termo amplo usado para designar qualquer padrão de comportamento alimentar que cause prejuízo à saúde. Dentre eles os mais comuns são: a Anorexia nervosa, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar; e a Bulimia nervosa, caracterizada por períodos de compulsão alimentar seguidos por indução ao vômito (90% dos casos), uso de laxantes, abuso de cafeína, uso de cocaína e/ou dietas inadequadas.

O diagnóstico que poderia ser feito no início da doença, muitas vezes é feito tardiamente, porque emagrecer é visto como bonito e saudável principalmente se você tiver em mente a “barriga negativa“, como foi chamada, de uma determinada modelo. No que diz respeito especificamente às mulheres, a situação é ainda pior pois espera-se a ausência de pelo menos três ciclos menstruais consecutivos para soar o sinal de alarme, já quando a pessoa encontra-se debilitada, bem abaixo de seu peso.

A seguir, confira alguns dados bem preocupantes sobre as disfunções alimentares.

Geral

* De todas as doenças mentais, os transtornos alimentares configuram a maior taxa de mortalidade

* Quase 50% das pessoas com transtornos alimentares têm depressão

* Só nos Estados Unidos, mais de 24 milhões de pessoas de todas as idades e sexo, sofrem de um transtorno alimentar (anorexia, bulimia e compulsão alimentar)

Estudantes

* Anorexia é a terceira doença crônica mais comum entre adolescentes

* 25% das mulheres em idade universitária se envolvem em compulsão e ou purgação como técnica de controlo de peso

* A taxa de mortalidade associada à anorexia nervosa é 12 vezes maior do que a taxa de mortalidade associada a todas as causas de morte de mulheres entre 15-24 anos

* Mais da metade das adolescentes e quase um terço dos adolescentes usam comportamentos não saudáveis ​​para o controle de peso, tais como pular refeições, jejum, fumar cigarros, vomitar e usar laxantes

Homens

* Estima-se que 10-15% das pessoas com anorexia ou bulimia sejam homens

* Os homens são menos propensos a procurarem tratamento para transtornos alimentares por causa da percepção de que eles estão tendo “doenças de mulher”

* Entre os homens gays, quase 14% parecem sofrer de bulimia e mais de 20% parecem ser anoréxicos

Mídia, Percepção, Dieta

* 35% de pessoas normais que fazem uma “dieta normal” passam a fazer um dieta patológica. Destes, 20-25% evoluem completa ou parcialmente para um transtorno alimentar

* O tipo de corpo retratado na publicidade é considerado natural por apenas 5% das mulheres

Mulheres

* As mulheres são muito mais propensas do que os homens a desenvolverem um distúrbio alimentar. Cerca de 5 a 15% das pessoas com anorexia ou bulimia são homens

* Pesquisas sugerem que cerca de 1% das adolescentes têm anorexia

* Estima-se que 1,1 – 4,2% das mulheres tiveram bulimia nervosa em suas vidas

* 20% das pessoas que sofrem de anorexia prematuramente morrem de complicações relacionadas com o seu transtorno alimentar, incluindo o suicídio e problemas do coração

Taxas de Mortalidade

Embora os transtornos alimentares tenham a maior taxa de mortalidade de qualquer outro transtorno mental, as taxas de mortalidade relatada em pessoas que sofrem de transtornos alimentares podem variar consideravelmente entre os estudos e fontes. Um dos motivos pelo qual há uma grande variação no número relatado de mortes causadas por distúrbios alimentares, se deve ao fato de que aqueles que sofrem de um transtorno alimentar podem vir a morrer de insuficiência cardíaca, insuficiência de órgãos, desnutrição ou suicídio. Muitas vezes, as complicações médicas da morte não são relacionadas com o transtorno alimentar que comprometeu a saúde de uma pessoa.

De acordo com um estudo feito pela American Journal of Psychiatry, as taxas brutas de mortalidade seriam:

* 4% para anorexia nervosa

* 3,9% para a bulimia nervosa

* 5,2% para transtorno alimentar não especificada

Atletas

* Fatores de Risco: nos esportes julgados – esportes onde juízes dão as notas aos participantes – a prevalência dos transtornos alimentares é de 13% em comparação com 3% nos esportes com árbitros

* São significativamente mais altas as taxas de distúrbios alimentares em atletas de elite (20%)

* As atletas de esportes estéticos (por exemplo ginástica olímpica, balé, patinação artística) são as consideradas com maior risco para desenvolverem distúrbios alimentares

* Comparando os perfis psicológicos dos atletas e daqueles com anorexia, encontra-se os seguintes fatores em comum: o perfeccionismo, elevada autoestima, competitividade, hiperatividade, rotinas de exercícios repetitivos, compulsividade, conduzir, tendência à depressão, distorção da imagem corporal, preocupação com dieta e peso.

Clique aqui para ver mais dados.

Esperamos contribuir para um mundo onde as pessoas se valorizem e sejam felizes com seus corpos, com suas vidas, principalmente com suas mentes. Somos todos diferentes e devemos entender que isso é necessário para que sejamos um Todo Harmônico 🙂

Fonte foto: free-photos.gatag.net




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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