Como conviver com a Tireoidite de Hashimoto?


Uma pessoa leva uma vida “normal”, trabalha, estuda, faz atividade física e tem uma alimentação saudável. Por algum motivo precisou interromper sua rotina diária para uma viagem ou outro compromisso que a faz sair do seu cotidiano e, de repente, teve um aumento repentino de peso, depressão, queda de cabelo e uma série de transformações no metabolismo… Alguém se identifica?! Pois bem, esses são alguns sintomas de uma pessoa que tem Hipotireoidismo em decorrência de uma Tireoidite de Hashimoto.

O que é Tireoidite de Hashimoto?

Antes de falar sobre a Tireoidite de Hashimoto, é importante esclarecer que a Tireóide é uma glândula muito importante no nosso corpo. Ela não é uma doença como muitas pessoas dizem: “Eu tenho tireóide” ou “fulano tá com tireóide”, referindo-se a ela como se ela fosse a doença. Todos nós, mulheres, crianças e homens temos a glândula tireóide, a não ser que por uma doença congênita, a pessoa nasceu sem ela ou foi submetida a algum procedimento que precisou retirá-la.

A tireóide tem o formato de uma borboleta ou escudo, fica localizada na parte anterior do pescoço e é responsável pela produção dos hormônios T3 e T4 que desempenham o papel de regular diversas funções em nosso organismo.

tireoide glandula

Algumas situações fazem com que a tireóide trabalhe de forma desregulada. Quando ela produz hormônios em excesso, indica que ela está hiperativa, o que caracteriza Hipertireoidismo. Já o contrário, que é quando a tireóide está “preguiçosa”, trabalhando lentamente ou quando ela foi removida devido a algum tumor ou a pessoa já nasceu sem ela, ocorre uma redução na produção dos hormônios, o que denomina-se Hipotireoidismo.

Ambos os casos podem ser causados pela Tireoidite de Hashimoto que é uma outra patologia da qual explicaremos a seguir.

A palavra “tireoidite” significa “inflamação da tireóide”, “Hashimoto” é o nome do médico cientista que descobriu essa patologia: Hakaru Hashimoto.

A Tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune (quando o corpo produz anticorpos contra alguma parte do corpo), nesse caso o corpo produz anticorpos contra a própria tireóide, causando a destruição gradativa desta.

Quando isto ocorre, a função da tireóide é diminuída ocasionando o Hipotireoidismo.

Sintomas Relacionados à Tireoidite de Hashimoto

A Tireoidite de Hashimoto em si não apresenta sintomas logo de início, mas sim as patologias a ela relacionadas. Por exemplo, no caso de Hipertireoidismo os sintomas são fadiga, tremores, palpitações, sensibilidade ao calor, perda de peso, insônia, irritação, olhos saltados, entre outros.

Já quem tem Hipotireoidismo é o oposto, como mencionado no início deste artigo, na maioria dos casos a pessoa apresenta aumento de peso, cansaço, sensibilidade ao frio, queda de cabelo, unhas quebradiças, depressão, irregularidade menstrual e até infertilidade.

As Causas da Tireoidite de Hashimoto

Dentre os fatores que levam a pessoa a desenvolver Tireoidite de Hashimoto, considera-se desde hábitos de vida, poluição, estresse, contato com produtos tóxicos e até mesmo fatores genéticos.

Algumas pesquisas indicam ainda que pessoas com doenças celíacas, diabetes tipo 1, vitiligo e alopecia são mais propensas a desenvolver a doença.

Por isso, uma das primeiras medidas a ser tomada quando uma pessoa é diagnosticada com Tireoidite de Hashimoto, é prescrever uma dieta diferenciada, especialmente com restrição ao glúten. Isso porque a tireóide é composta da mesma proteína do glúten e quando a pessoa que tem doença autoimune consome alimentos que contém glúten, o corpo produz mais anticorpos que destroem cada vez mais a tireóide.

Além do glúten, existem mais alimentos e substâncias que atrapalham o bom funcionamento da tireóide, já outras são essenciais. Por isso, separamos algumas dicas de tratamento e alimentação, conforme veremos a seguir.

Tireoidite de Hashimoto – Diagnóstico, Tratamento e Alimentação

Primeiramente, é bom sempre lembrar que independente de qualquer sintoma, é imprescindível que os exames estejam em dia, seja qual for a especialidade médica. Muitas vezes doenças relacionadas aos hormônios, principalmente da tireóide são descobertas em exames de rotina, como por exemplo no caso das mulheres, ao se consultarem com o ginecologista. Este, na maioria das vezes, pede uma série de exames, incluindo exames de TSH, T4 e T3.

Quando o TSH (que é produzido pela hipófise) está alto, por exemplo, indica que o T4 está baixo, ou seja, a tireóide não está produzindo a quantidade de T4 necessária para o organismo, caracterizando assim o Hipotireoidismo. Além desses exames, quando há suspeita de Tireoidite de Hashimoto o médico endocrinologista pede um exame mais completo, incluindo o de anticorpos, que vai confirmar ou não a existência desta patologia.

Confirmados os casos, a primeira atitude do médico é indicar o remédio para suprir ou controlar a dosagem de hormônio no organismo. No caso do Hipotireoidismo, por exemplo, o médico prescreve a levotiroxina sódica que vai suprir a falta de T4 que a tireóide não produziu.

Além do medicamento, recomenda-se uma dieta equilibrada prescrita por um nutricionista, pois existem alimentos que devem ser evitados e outros que precisam ser incluídos no consumo diário.

Nutrientes essenciais:

● Tirosina (carne, peixe, peito de peru, banana, iogurte, etc);

● Iodo (sal iodado, peixes e mariscos de água salgada);

● Cálcio (vegetais escuros, leites e derivados);

● Selênio (frango, carne, atum, nozes, alho, cebola e castanha-do pará);

● Complexo B (banana, batata, lentilha, pimenta, óleo de oliva, peru, fígado e atum);

● Alimentos ricos em proteínas de alta qualidade (carne, leite e seus derivados);

● Algas marinhas (spirulina plantensis, ágar-ágar e clorela);

● Água mineral (água não clorada, pois o cloro é prejudicial principalmente para quem tem disfunções na tireóide);

● Quinoa ou Amaranto (fonte de vitaminas, minerais, zinco e ômega 3);

● Óleo de peixe (ômega 3).

O que deve-se evitar:

● Água clorada (O cloro compete com o iodo prejudicando o bom funcionamento da tireóide);

● Suco verde (Os vegetais crucíferos couve, brócolis e repolho contém glicosinolato que atrapalha a tireóide se consumido na forma crua. Quando cozido pode ser consumido com moderação);

● Soja (Não consumir leite de soja ou outros produtos à base de soja todos os dias);

● Glúten (Como dito anteriormente ela é a mesma proteína do tecido da tireóide e estimula a produção de anticorpos contra ela. Evitar alimentos que contenham trigo, aveia, cevada, malte e centeio);

● Toxinas (Verificar o nível de mercúrio no sangue através de exames);

● Estresse (Devido à elevação de cortisol que é extremamente prejudicial para a tireóide).

Além dessas indicações, é necessário também ingerir uma dieta rica em fibras para eliminar as toxinas.

Procure comer frutas e legumes com casca, frutas secas, feijão, nozes, cereais e produtos integrais.

Consulte um Médico

Doenças na tireóide, assim como qualquer doença, só são um transtorno quando não são devidamente diagnosticadas e tratadas. Fora isso, é vida normal com equilíbrio e consciência do que é melhor para nossa saúde. Por isso sempre reforçamos, procure um médico capacitado. A primeira consulta pode ser realizada tanto com o clínico geral quanto com o ginecologista (no caso das mulheres), ambos irão solicitar os exames necessários e caso haja suspeita de alguma disfunção na tireóide, é feito o encaminhamento para o endocrinologista.

Esperamos ter contribuído com estas informações e lembramos que elas absolutamente não substituem a consulta, o diagnóstico e o tratamento médico.




Eliane A Oliveira

Formada em Administração de Empresas e apaixonada pela arte de escrever, criou o blog Metamorfose Ambulante e escreve para greenMe desde 2018.


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