Superbactérias podem matar mais que o terrorismo


Um estudo feito pelo NRR – National Risk Register of Civil Emergencies, em sua edição 2015, e publicado pelo Governo britânico, avaliou naquele Estado os riscos de emergência civil causados pelo terrorismo, doenças, desastres naturais, acidentes e tantos outros. O estudo chamou a atenção para o problema de saúde pública causado pelas superbactérias

“Uma pandemia de ‘supergripe’ é o maior perigo para o Reino Unido além de um ataque terrorista – e poderia matar 80.000 pessoas em um único surto de uma infecção devido a uma nova geração de superbactérias“, alerta o documento.

Cientistas do mundo inteiro se preocupam com a alta resistência que alguns microorganismos têm desenvolvido em relação a antibióticos, como a penicilina, e antivirais. Se não forem descobertos medicamentos que consigam eliminá-los ou diminuir a sua resistência aos medicamentos, é possível que não só os britânicos, mas o mundo todo, sofra por pandemias causadas por superbactérias, supervírus, superfungos e superparasitas.

O que são superbactérias e resistência antibiótica?

A resistência antibiótica, também chamada resistência antimicrobiana é uma ameaça à saúde global. 

Os antimicrobianos são drogas usadas para tratar um organismo infeccioso, e incluem antibióticos (usados para tratar bactérias), antivirais (por vírus), antifúngicos (para infecções fúngicas) e antiparasitários (por parasitas).

Quando estes medicamentos antimicrobianos não funcionam mais contra as infecções que anteriormente eram eficazes, tem-se a resistência antimicrobiana. A exposição regular aos antimicrobianos estimula bactérias e outros microorganismos a mudarem e se adaptarem para sobreviverem a estes fármacos

Hoje em dia, novos antibióticos estão sendo desenvolvidos, o que significa que temos menos opções e drogas mais fortes no nosso arsenal de antibióticos usados para tratar infecções comuns, uma vez que se tornam resistentes. Isso significa que no momento estamos enfrentando uma possível situação de um futuro onde estaremos sem antibióticos eficazes.

As superbactérias ganharam resistência a medicamentos como antibióticos e antivirais, principalmente pelo uso indiscriminado ou errado desses medicamentos. Geralmente pessoas que estão com alguma infecção e precisam fazer uso de um antibiótico, por exemplo por 10 dias, se sentindo melhor em 3 dias já suspendem o uso da medicação, o que é um erro, pois a bactéria ainda está viva no organismo e será preciso um antibiótico ainda mais potente para matá-la. 

Durante muitos anos as pessoas fizeram uso indiscriminado de antibióticos, usando esses medicamentos apenas com indicação de farmacêuticos, sem receita médica, e sem que estes tenham sido estritamente necessários.

Além disso, antibióticos vêm sendo usados em criações de animais não para curar doencas, e sim para preveni-las, o que também é um grande problema. O medicamento vai parar no meio ambiente e também no corpo daqueles que consomem carne. Os antibióticos usados nas criações de animais são os mesmos usados para curar humanos e a FDA pretende gradualmente eliminar o uso de antibióticos nas criações de animais, pelo risco que tal prática representa no desenvolvimento das superbactérias. 

Como se vê, o risco de mortes por superbactérias não é apenas britânico, a resistência antimicrobiana representa riscos de saúde pública no mundo todo.

Leia também: Roundup da Monsanto e o desenvolvimento de bactérias superresistentes

Fonte foto: wikipedia.org




Redação greenMe

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