De quem é a culpa pela obesidade, principalmente a infantil?


Existe realmente um culpado pela obesidade ou a responsabilidade é de todos nós? A obesidade é um dos maiores problemas de saúde mundiais, hoje, tanto em adultos quanto em crianças, o que só torna a situação ainda mais alarmante e digna de atenção redobrada por parte de todos, autoridades, família e indivíduos.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2008, eram mais de 1,4 bilhão de adultos com sobrepeso e mais de meio bilhão eram obesos. Pelo menos 2,8 milhões de pessoas a cada ano morrem como resultado de excesso de peso ou obesidade. A prevalência da obesidade quase dobrou entre 1980 e 2008. Uma vez associado a países de alta renda, a obesidade é agora também prevalente em países de baixa e média renda. A obesidade infantil é um dos desafios mais graves de saúde pública do século 21, no mundo, 42 milhões de crianças em idade pré-escolar estavam acima do peso em 2013.

É preciso, afinal, que se responda a uma simples pergunta: de quem é a culpa por estas altas taxas obesidade mundial? Existe um culpado pela obesidade infantil?

A obesidade infantil consegue chamar ainda mais a atenção do que a obesidade nos adultos porque as crianças não deveriam sofrer com os problemas de saúde causados pelo excesso de peso e porque elas não podem ser responsabilizadas por suas vidas. A fase de crescimento é uma das mais importantes e deve ser atravessada com o mínimo de transtornos de saúde possíveis.

Para se ter uma ideia de como essa questão é tratada em alguns lugares, em Porto Rico, o governo adota medidas que monitoram a forma pela qual os pais lidam com o peso dos filhos. O sobrepeso e a obesidade, para o governo porto-riquenho, muitas vezes são derivados de maus hábitos, irresponsabilidade e descaso dos próprios pais. Os pais das crianças que não apresentarem melhora de saúde e diminuição de peso, em seis meses, serão multados em até US$ 800 – cerca de R$ 1.500,00.

Esse, evidentemente, é um método radical e que pode muito não surtir o efeito desejado se não for bem aplicado: os pais, por exemplo, não preparados podem passar a pressionar as crianças a perder peso de forma não saudável física e emocionalmente, por medo da aplicação da multa. Isso pode afetar as relações familiares e incentivar uma gordofobia que não deveria existir, já que a questão aqui não é a aparência física, mas sim a saúde do corpo.

É justo que o governo porto-riquenho busque reduzir o número da obesidade infantil em seu país, pois o problema, sendo de saúde pública, acaba indo parar em suas próprias contas. Mas existem alternativas adotadas em outros países que talvez sejam mais eficazes, como veremos a seguir:

Alternativas sustentáveis

Alguns países, para tomar medidas que ajudassem a reduzir a obesidade, foi preterida a importância das propagandas e vendas de produtos não-saudáveis à importância da saúde populacional como um todo. Com essas medidas, deixou-se de priorizar um pouco o lucro e passou-se a dar mais importância à saúde e ao bem-estar.

Na Suíça, a rede de mercados Lidl trocou as guloseimas e junk foods que geralmente ficam nos caixas por frutas frescas e secas e outros alimentos saudáveis. Nesse caso, a medida se deu por uma questão de atendimento ao consumidor, que reclamava pelos tormentos causados por crianças “pidonas”. Assim, a rede pretendendo reduzir os pedidos dos filhos por doces e comidas não nutritivas na hora de passar pelo caixa, preferiu mudar o tipo de produtos dispostos ali, por alimentos mais saudáveis.

Já no Equador, foi adotado um sistema de rotulação dos alimentos, que indica, como se fosse um semáforo, as quantidades de sódio, açúcares e gorduras presentes nos alimentos. O sistema ajuda o consumidor a pesar melhor a sua escolha de compra e saber exatamente o que está consumindo.

Já a iniciativa brasileira constitui-se na elaboração de um guia alimentar para a população, que mostra de maneira fácil e ilustrada de como se alimentar de forma saudável, além de ter uma parte dedicada apenas a comidas saudáveis típicas de cada região. Além disso, no Brasil também é proibida a publicidade que envolva diretamente as crianças, o que é muito louvável pois nada mais cruel do que “Mc lanches felizes”, batatinhas chips com brinquedinhos e outras coisas do tipo ovos kinder.

A obesidade é problema público, não tem um único culpado e deve ser vigiado por todos nós, por nós mesmos mas principalmente pelos nossos filhos. Os governos, as entidades públicas e privadas, a mídia, a escola, enfim, a sociedade deve travar essa luta difícil para vencer a batalha contra as tentações, boas!, da vida, mas que nos fazem, muito!, mal.

Leia também: Crianças: como se tornar um adulto saudável?

Fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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