Reino Unido proíbe publicidade de junk food para crianças


Em uma resposta a demandas populares cada vez mais fortes, o Comitê de Publicidade do Reino Unido (CAP) anunciou novas regras para a publicidade de alimentação para crianças que entrará em vigor no dia 1 de Julho de 2017. A nova regulamentação têm como objetivo controlar o invasivo investimento das indústrias na publicidade de junk food, diretamente responsável pela obesidade infantil (e também pela obesidade entre adultos).

Crianças passam mais tempo online que na TV

A necessidade de alteração de regras de publicidade vem como reposta aos hábitos das crianças que mudaram drasticamente nos últimos anos. Segundo uma pesquisa coordenada pela Ofcom, órgão independente que analisa a mídia e a comunicação, pela primeira vez, jovens com idade entre 5 e 15 anos estão gastando cerca de 15 horas online, mais do que o tempo gasto assistindo a televisão.

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Para James Best, presidente da CAP, “a obesidade infantil é uma questão séria e complexa. Estamos determinados a desempenhar nosso papel para controlar e combater isso. Essas restrições reduzirão significativamente o número de anúncios vistos por crianças de produtos com alto teor de gordura, açúcar ou sal”, mostrando a preocupação com a alimentação saudável que deveria estar vigente.

James exemplifica que a única forma de desempenhar um papel eficaz no combate à obesidade infantil é através da aplicação de novas regras para a publicidade: “nossas regras novas e duras são uma clara demonstração de que a indústria de anúncios está disposta e pronta para agir em suas responsabilidades e coloca a proteção das crianças no centro do seu trabalho”.

O comitê reconhece, no entanto, que muito além da publicidade há diversas outras condições que podem influenciar numa alimentação saudável ou de junk food. Para o Comitê, “embora existam muitos fatores que têm um forte impacto sobre a obesidade infantil, as evidências disponíveis mostram que além da publicidade, a obesidade infantil pode ser decorrente das influências parentais”, relacionando então que, além da mídia, os pais, mães e cuidadores são os principais responsáveis pelo quadro de saúde da criança.

Obesidade infantil é um dos maiores problemas de saúde do mundo

A preocupação do CAP é pertinente quando nos deparamos com os alarmantes dados sobre obesidade. Segundo estimativas da OMS (Organização Mundial da Saúde), a projeção é que cerca de 700 milhões de pessoas sofram com obesidade até 2025, enquanto outras 2,3 bilhões terão sobrepeso.

Além dos fatores genéticos, a obesidade infantil também pode ser desencadeada pelo sedentarismo e pela má alimentação. O grande gargalo atual reside justamente nos dois últimos casos. Enquanto passam mais tempo online (no computador, no celular, tablet e etc.), as crianças ficam expostas aos mais variados tipos de anúncios alimentares, geralmente da categoria “junk food” (lanches, sanduíches gordurosos, doces, industrializados, congelados e etc.) que não possuem nenhum nutriente.

Ademais, a presença online das crianças é também um forte reflexo do sedentarismo contemporâneo. A falta de movimentação corporal causada pelas estáticas usabilidades das máquinas trazem inúmeros prejuízos para a saúde, como a obesidade infantil. Assim, quando não tratada cedo, a obesidade infantil poderá se desenvolver e se consolidar, originando toda ordem de problemas cardiovasculares.

A solução

A solução reside em um estilo de vida saudável. As crianças devem ingerir pelo menos duas frutas por dias (uma pela manhã ainda em jejum) e evitar a todo custo alimentos industrializados. Além disso, os pais, mães e cuidadores devem ter a responsabilidade de propor atividades saudáveis ao ar livre, de preferência bem longe das telas do computador.

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Em termos gerais, a doença e a saúde são duas facetas da mesma moeda, o lado que se abate sobre nós depende exclusivamente de nossos hábitos alimentares e físicos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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