Dividindo a tentativa de ter um filho


Recentemente foi publicada pesquisa que mostrou que o brasileiro, de forma geral, ou quer ter poucos filhos, dois no máximo, ou nenhum. Esses tempos modernos em que a constituição da família tem sido deixada de lado graças aos compromissos com a carreira e o lazer, não significa dizer que não tem mais ninguém desejando, e muito!, uma criança. Mas a realidade dos que não querem ter filhos, ao que parece, começa a afetar os casais que querem ter filhos.

Ao menos para aqueles que procuram outros casais para um “bate-papo” sobre o assunto. Essa é uma conclusão pessoal, porém fundamentada na pesquisa da psicóloga Liliana Seger, colaboradora do Instituto de Psiquiatria (IPq) do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

A pesquisadora, no período em que realizou seu doutorado no Instituto de Psicologia (IP) da USP, descobriu que os casais que estavam tentando ter filhos se sentiam solitários, sem ninguém para conversar sobre a experiência de tentar ter um filho, e não conseguir.

A possibilidade de falar sobre o assunto, lhes proporcionariam apoio na hora de compartilhar e ouvir as frustrações uns dos outros. Tal fato motivou Liliana a encontrar uma maneira de suprir tal necessidade desses casais.

A psicóloga colheu depoimentos dos pacientes e também de outras pessoas, passando pelo mesmo problema, e pode identificar o que trazia mais dor nos diferentes momentos do processo, desde a decisão de ter um bebê, passando pela descoberta da infertilidade do homem ou da mulher, os tratamentos, até a maternidade ou adoção.

O depoimentos revelaram as mais variadas questões pelo qual os envolvidos passam nessa situação, principalmente as mulheres. Eis algumas das questões que mais passam pela cabeça dos pacientes: “O que está acontecendo?”, “Por que comigo?”, culpa, raiva, o sentimento de ser “menos homem” ou “menos mulher”, a procura de vários médicos, a sensação de ser diferente de todo o mundo. 

A resposta de Liliana para ajudar essas pessoas veio no livro “Cadê você, bebê?”, lançado pela editora Segmento Farma.

No livro, entre outras questões, Liliana orienta os casais que sofrem com a dificuldade de engravidar por desconhecimento. Por exemplo, ao perceber a espera maior dos casais para ter filhos, a psicóloga notou que as pessoas não sabem que as mulheres com mais de 35 anos têm um decréscimo de ovulação, aumentando a dificuldade para engravidar após essa fase.

Ela aconselha a procurar ajuda médica somente depois de um ano de tentativa, pois é difícil para casais jovens engravidarem no primeiro mês (somente 18% conseguem), quiçá o restante. Mas o desconhecimento deixa as pessoas ansiosas e deprimidas, por acreditarem que a gravidez deve acontecer imediatamente após o fim do uso de métodos anticoncepcionais.

Liliana abre exceção para a procura médica imediata para mulheres mais velhas somente.

O Sistema Único de Saúde (SUS) fornece tratamentos de reprodução humana assistida no HC e no Hospital Pérola Byington, em São Paulo. Entretanto, existe uma seleção muito rígida para receber o atendimento, algo que Liliana classifica como “Infelizmente, no Brasil, para a saúde pública, o não poder ter filhos não é considerado um problema – o problema é ter filhos demais”.

Outras infelicidades, estas vindas de pessoas que só querem “ajudar”, também são combatidas no livro. “Os casais costumam escutar de amigos e médicos para “desencanar”, focar suas atenções em outras coisas porque pode ser coisa da cabeça dela e sugerem para adotar um cachorro e até mesmo uma criança para amenizar o estresse entorno do assunto. Isso, para ela, é a pior coisa que se pode falar para alguém que está tentando. Adoção não é um vale-brinde para engravidar”. A fala ‘adote um que depois vem o seu’ é comum e surpreende a pesquisadora: “Se você adotar um filho ele é o seu”.

Simples assim!

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fonte foto: freeimages.com




Redação greenMe

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