Praia do Sono inicia sistema de tratamento ecológico de esgoto


Você já caminhou pelas areias da praia, qualquer praia, e no meio da caminhada foi obrigado a realizar um leve desvio porque no meio do caminho havia uma poça de esgoto, em uma pequena alusão ao poema “Pedra no meio do caminho” de Carlos Drummond de Andrade, já, não é mesmo? Todo mundo no Brasil já teve de fazer isso, em algumas praias nem tanto e em outras até demais tamanho o descaso com o saneamento básico. Mas, em algumas praias, não é só a areia e o mar que sofrem com a falta de saneamento, mas também o entorno no qual residem os moradores. É o caso da Praia do Sono, um paraíso no meio da Mata Atlântica, na cidade de Paraty, Rio de Janeiro, sempre ameaçado pela falta de saneamento, mas que desde novembro de 2014 vem recebendo o tratamento que merece há tempos. Antes tarde do que nunca!

Naquele mês começou a ser instalado um sistema de tratamento ecológico de esgoto. Tudo graças a ação de fóruns comunitários com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O primeiro a receber o tratamento foi a escola municipal Martim de Sá.

Após a conclusão do tratamento na escola, o próximo passo será realizar o saneamento nas casas próximas do Rio do Sono. A avaliação sobre quais casas receberão o tratamento na frente será sobre o risco maior à saúde que as condições que cada residência apresentar, segundo palavras do pesquisador da Fiocruz, Cristiano Lafetá. Ele também informa que as primeiras dez casas receberão diferentes técnicas de saneamento ecológico domiciliar.

O sistema de saneamento ecológico montado na Praia do Sono acompanha a fossas sépticas e verdes, diferentemente de valas negras existentes, e que não contaminam o lençol freático. Na fossa verde as raízes das plantas absorvem os resíduos da decomposição de matéria orgânica e também a água, sendo depois eliminada por evapotranspiração.

Essa nova e ecológica tecnologia foi criada pela Fiocruz e teve todo seu sistema montado depois de muitas reuniões com os líderes da comunidade na qual residem aproximadamente 60 famílias.

Todas as fossas estão sendo instaladas por técnicos do Observatório de Territórios Sustentáveis e Saudáveis do Mosaico Bocaina (OTSS) e também técnicos da cidade. Moradores também acompanham as obras para que se tornem agentes modificadores e ensinem outros moradores no futuro.

A expectativa é de que o tratamento restaure a saúde do Rio do Sono, que é muito utilizado pelos moradores da comunidade para diversão, e hoje se encontra em situação ruim devido a poluição, além de ajudar o Rio da Barra, pois a água do Rio do Sono deságua neste, ajudando o ecossistema como um todo.

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Este paraíso merece! Todas as praias do mundo merecem!

Fonte fotos: praiadosono.com.br




Redação greenMe

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