Lixo reciclável: lavar ou não? Como separar o lixo?


O Brasil, apesar de ser campeão em reciclagem de latas de alumínio, ainda está longe de ser um modelo na reciclagem de outros materiais, pois apenas 1,4% do lixo produzido no país é reaproveitado e somente 766 municípios, de um total de 5.564, têm o serviço de coleta seletiva. É preciso educar a população para fazer a separação adequada do lixo, além de cobrar do poder público meios para que empresas se interessem por esse negócio.

Segundo dados do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), associação dedicada à promoção da gestão integrada do lixo, o Brasil perde R$ 8 bilhões ao ano por não reciclar materiais que são descartados em lixões. Entretanto, esse cenário pode mudar com a vigência, em agosto deste ano, da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída em 2010, que obriga as prefeituras a instalarem aterros sanitários, eliminando os lixões.

Embora ainda seja fundamental um trabalho educativo com a população, de acordo com uma pesquisa feita pela Abrelpe com 2 mil pessoas, 88% dos entrevistados mostraram-se favoráveis e dispostas a separar os resíduos que produz, mesmo não sabendo como fazê-lo.

O que é possível fazer?

Segundo reportagem do G1, não é preciso lavar o lixo doméstico, como embalagens de leite, iogurte, garrafas PET, antes de descartá-las, pois no processo de reciclagem está incluída a higienização desse itens. Ademais, isso desperdiça água e gera mais esgoto, que muitas vezes não é tratado.

Emilio Maciel Eigenheer, especialista em resíduos sólidos, esclarece que a melhor maneira de preserver o lixo em casa, antes do recolhimento pelo caminhão da coleta, é guardá-lo em um recipiente fechado para evitar moscas e odores.

O que é reciclável e o que não é reciclável?

O cesto azul é destinado para jogar papel, o vermelho é para o plástico, o verde é para o vidro e o amarelo é para o metal.

Todavia, apenas ter cestos coloridos espalhados pelas ruas não garante que esses resíduos serão reciclados. No Brasil, infelizmente, essa separação não ocorre efetivamente, pois o lixo que chega às cooperativas é misturado. Logo, ter os cestos coloridos e não fazer a reciclagem é um gasto do poder público com algo que não funciona na prática.

Para o especialista em resíduos sólidos e professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Sandro Mancini, “o ideal é separar o lixo seco, que pode ser reciclado, do lixo úmido, que é o material orgânico (como restos de comida) e materiais não recicláveis (como papel higiênico), e deixar o resto sob a responsabilidade das cooperativas.

A única vantagem, no Brasil, dos cestos coloridos é alertar a população sobre a necessidade da separação do lixo e da reciclagem.

As iniciativas individuais também são fundamentais para o tratamento do lixo, como a compostagem caseira.

O que pode e o que não pode ser reciclado:

Pode ser reciclado:

Papéis: jornais, revistas, cadernos, papéis de embrulho e de embalagens, caixinhas Tetra Pak e outras de papel e ou papelão;

Plástico: garrafas PET (refrigerante, água, chá), potes e contentores de produtos, isopor em algumas cidades;

Vidro: garrafas de água, refrigerante e cerveja, vidros de conservação de alimentos, molhos, geleias, etc;

Metal: latas de alumínio, aço, pregos, parafusos, arames, produtos de ferro, zinco e bronze.

Não pode ser reciclado:

Fraldas, absorventes higiênicos, papeis higiênicos e lencinhos de papel ou guardanapos de papel, clipes, grampos, adesivos e fitas adesivas, louças, refratários para micro-ondas, cabos de panelas e espelhos, esponjas de aço, babadores descartáveis e caixas sujas de pizza.

Lixos especiais:

Atenção para não descartar no lixo comum: remédios, pilhas, aparelhos eletrônicos, lâmpadas (que devem ter lugares especiais para o descarte).

Óleo: reutilize em casa fazendo sabões ou entregue o óleo em cooperativas que o reutilizam.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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