Como as áreas de preservação podem influenciar na diminuição da pobreza?


Muito se fala sobre redução da miséria e da fome no mundo, mas pouco se aponta sobre a relação entre a sustentabilidade e a preservação da natureza com a melhor qualidade de vida, que repercute diretamente no declínio da pobreza, sobretudo nas áreas ao redor de locais protegidos.

Ecoturismo: um elemento decisivo

Conforme apontaram estudos realizados na Costa Rica pela dupla de economistas norte-americanos, Paul Ferraro e Merlin Hanauer, o ecoturismo seria responsável por uma diminuição da pobreza local da ordem de dois terços naquele país. Além disso, como efeito paralelo, pode levar a uma profunda mudança de políticas de conservação dos parques e jardins, bem como outras áreas naturais que venham a ser protegidas.

O relatório foi publicado no prestigiado documento PNAS – Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America – e chamou atenção de ambientalistas e economistas ao redor do mundo.

Medellín, outro exemplo mundial de sustentabilidade

Nem só de Costa Rica vivem os bons exemplos, em escala mundial, que conectam o cuidado com a natureza à redução da pobreza e até mesmo à mudança de perfil social de toda uma cidade, acabando com a criminalidade, e atraindo os moradores. Assim aconteceu com a cidade colombiana de Medellín, que entrou para a história dos anos 1990, ao “sediar” um dos maiores cartéis de narcotráfico daquele momento, chefiado pelo mítico Pablo Escobar.

Com iniciativas governamentais locais, as quadrilhas foram desbaratadas e a cidade, antes triste, suja e pobre, foi reunificada através de iniciativas de ecoturismo e transporte público de qualidade, bem como com a preservação de suas praças públicas, parques e jardins. Hoje, o número de turistas, de todo o mundo para a região, só aumenta, e a cidade de Medellín mudou completamente sua face.

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E o Brasil, nesse contexto?

A reflexão que toda essa questão nos traz, como brasileiros, é justamente a respeito de como temos perdido o bonde da história, no que se refere à preservação da natureza.

Prova cabal desse processo tão negativo é o levantamento recente da ONU, que revela que visitações nos 69 parques naturais nacionais, caso fossem incentivadas, poderiam render cerca de 1.8 bilhão de reais em turismo para as respectivas economias locais. Entretanto, para se ter uma ideia do nível de negligência com esses pontos turísticos, apenas 18 parques, em todo o país, têm controle de frequência de visitantes. E isso é apenas a “ponta do iceberg”, uma vez que os recursos para manutenção, segurança e preservação efetiva dos locais é muito escasso.

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Fonte foto: Parque Nacional da Tijuca-RJ. Wikipedia.org




Redação greenMe

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