Respeitar a liberdade de culto não implica em apoiar o sacrifício de animais


Na quinta-feira, 28, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que é constitucional a lei que aprova o ritual de sacrifício de animais em cultos religiosos africanos, baseado em análise de uma lei estadual do Rio Grande do Sul que permite o ritual com o abate animal.

Esse caso chegou ao Supremo por meio de um recurso do Ministério Público Gaúcho, e essa decisão gerou muita tristeza para os ativistas, protetores e defensores da Causa Animal, que lutam pelo fim de tudo que gere exploração, tortura, confinamento, dor e matança de animais.

Os defensores dos animais buscam abolir o sofrimento e o holocausto animal de diversas formas, inclusive em rituais religiosos, que é uma das formas mais primitivas, desnecessárias e sem sentido de causar dor e sofrimento seres sencientes e inocentes.

Além disso, quem defende a vida e a dignidade de todos os seres vivos, também luta pelo fim do abuso e da exploração do homem sobre os animais em diversas frentes, como por exemplo:

CONDICIONAMENTO ALIMENTAR: substituindo a carne, leite, ovos e derivados por muitas alternativas saudáveis que não implicam em exploração e matança animal e ainda atendem com diversidade de sabores ao nosso paladar.

ENTRETENIMENTO: abolindo Vaqueadas, Rodeios, Touradas, Caça, Zoológicos, Briga de Galos, Circos, que são formas de diversão às custas do sofrimento animal.

VESTUÁRIO, CALÇADOS E ACESSÓRIOS: utilizando matéria-prima vegetal, mineral ou sintética no lugar do couro, lã, penas, plumas, casaco de pele, que são produzidos e impregnados pela dor dos animais dos quais foram extraídos.

TESTES EM ANIMAIS: Promovendo o fim do uso de animais em testes de produtos cosméticos, fármacos, de limpeza e de higiene, utilizando métodos alternativos e mais eficientes, sem o uso de animais.

RELIGIÃO: Parando com o sacrifício de animais em rituais ou oferendas, seja a religião de origem oriental ou ocidental, Judaica ou Afro, ou qualquer outra que conserve e perpetue essa tradição primitiva.

Razões para abolir o Sacrifício Animal

Em tempos remotos, na Grécia Antiga, se sacrificavam crianças e moças virgens em rituais religiosos, já pensou se ainda se conservasse esse costume?

Ainda bem, que a mentalidade das pessoas de lá para cá se modificou e o mesmo pode ocorrer com relação aos animais, porque, assim como nós, eles sentem e querem viver.

O ser humano só irá realmente atingir sua plenitude física e espiritual quando compreender que para se elevar, proteger e melhorar seu estado, ele precisa cuidar da sua energia e viver com mais equilíbrio e não utilizando a energia extraída da matança de um animal para se fortalecer e se realizar.

O fim do especismo (discriminação dos animais) é o objetivo de quem defende os animais, seja em que área de nossa existência for.

Respeitar a liberdade de culto e religião não implica em apoiar o abate de animais como ritual religioso.

Atualmente, por exemplo, existem adeptos da umbanda, que aboliram o uso de animais e só realizam oferendas de origem vegetal.

Tudo é questão de refletir, intuir, rever e compreender a visão em relação a energia espiritual, pois, almejar progresso, expansão e harmonia às custas da dor e sofrimento de um animal é contraditório e ineficaz, pois, isso só se conquista a prosperidade com trabalho interno e aprimoramento pessoal, revendo conceitos e valores e se transformando para melhor.

A pessoa que vive recorrendo ao sacrifício animal para obter o que precisa, deixa de fazer o que é necessário ser feito por si mesma para se desenvolver, atribuindo somente à favores externos a causa de seus problemas.

Estamos no século XXI, não há mais necessidade disso, muitas coisas mudaram e precisamos mudar também. Revolucionar é a melhor oferenda que podemos dar aos deuses, orixás, forças espirituais ou outra denominação, de acordo com a crença e fé de cada um.

Amar é deixar de sacrificar o outro e isso implica em parar de matar animais para atender aos desejos humanos.

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Deise Aur

Professora, alfabetizadora, formada em História pela Universidade Santa Cecília, tem o blog A Vida nos Fala e escreve para greenMe desde 2017.


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