11 de setembro: no dia do Cerrado conheça os seus animais mais ameaçados


Hoje, 11 de setembro, Dia Nacional do Cerrado, vamos destacar os 5 mamíferos que habitam esse bioma e que são os mais ameaçados de extinção pela pressão da fronteira agrícola sobre toda a vasta região de Cerrado brasileiro.

O Cerrado cabe lembrar, não é um bioma só brasileiro. Ele está presente, de forma contínua, também na Bolívia e no Paraguai tendo, portanto, importância continental já que nestes países também corresponde às zonas de terras agricultáveis de boa qualidade e especialmente ambicionadas pela prática da monocultura industrial.

Os 5 mamíferos em questão estão ameaçados de extinção, em toda a região do Cerrado latino-americano, são:

  • Lobo Guará
  • Onça Pintada
  • Tatu Canastra
  • Anta
  • Tamanduá Bandeira.

Vamos conhecer cada um deles?

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foto: WWF

Onça-pintada (Panthera onca)

Nossa onça-pintada, o maior gatão das Américas, corre risco de extinção no Brasil e também em outros países onde habita. Os motivos são sempre os mesmos – o avanço da fronteira agrícola em seus habitats, com a derrubada das matas, a redução da disponibilidade de caça e água. A onça está no topo da cadeia alimentar nas florestas latino-americanas e, sua extinção caminha a par e passo com a entrada violenta do ser humano nas áreas nativas. Está na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) como espécie “quase ameaçada“, o que quer dizer, que se a realidade não mudar, muito em breve a onça pintada e suas irmã, a onça preta, nossa pantera, estarão realmente em séria ameaça de serem extintas.

Tatu-canastra (Priodontes Maximus)

Tatu-canastra ou Tatu-Açu, que quer dizer, tatu gigante, grandão, é o maior e também mais raro dos tatus existentes no planeta. Ele pode pesar até 60 kg e alcançar 1,5 m de comprimento. Um verdadeiro tatuzão que cava túneis pelo cerrado e, por suas escavações, areja o solo e cria novos habitats. Também ocorre no Pantanal, na Mata Atlântica e na Amazônia. Atualmente está classificada como espécie vulnerável à extinção pela Lista Vermelha da IUCN. O risco que corre se deve à alteração do seu habitat e também à sua caça furtiva – a carne de tatu sempre integrou o cardápio das comunidades tradicionais assim como o uso do seu casco para o fabrico de utensílios.

Anta (Tapirus terrestres)

©Charles J. Sharp/Wikipedia

©Charles J. Sharp/Wikipedia

Anta, o maior mamífero terrestre do Brasil e na América do Sul, lembra um pequeno elefante pela tromba comprida e móvel. Atinge 1 m de altura e 2 m de comprimento, com um peso médio de 300 kg. O perigo da anta é encontrar uma correndo pela trilha da mata – pode ter certeza que, anta correndo desabalada, atrás vem onça! Sim, o inimigo da anta é a onça, que a caça para comer, ou o homem, que a caça para matar. Esse enorme porcão trombudo se alimenta de folhas e frutos, vegetação rasteira, aquática, brotos e gravetos, que digere sem ser ruminante, pois seu trato digestivo contem os microorganismos adequados. É solitária, anda à noite, nada muito bem e antes abundava em todos os ambientes brasileiros. Agora já está na lista da IUCN como vulnerável e, no cerrado, já é considerada “em perigo”.

Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

Com seu enorme rabo e a faixa diagonal no corpo, que o distingue dos outros seus primos, o tamanduá-bandeira é também o maior tamanduá das nossas paragens. Atinge, em adulto, cerca de 2,20 m de comprimento e até 45 kg de peso. Adora formigas e cupins, seu alimento predileto e único. Abre os cupinzeiros com suas garras imensas e, com a língua comprida e gosmenta, puxa todos os bicharocos escondidos. Uma graça que tem um abraço mortal para outros animais. Habita campos limpos, cerrado e florestas, sempre atrás das formigas e cupins. Também é encontrado em países da América Central e outros da América do Sul. Antigamente ocorria em todos os estados brasileiros, agora está extinto no Rio de Janeiro e no Espírito Santo, em risco de extinção nos outros estados da União e globalmente vulnerável.

Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus)

É o nosso único lobo apesar de não ser o único canídeo de terras brasileiras. Apesar de ser o maior não é tão grande assim alcançando um peso entre 20 e 30 kg. É alto, espigado, de pernas finas e pelagem avermelhada. O lobo-guará come roedores, aves e frutas (é o único animal a consumir a venenosa “fruta de lobo”, Solanum lycocarpum, que o mantêm saudável e desparasitado) no Cerrado e no campos, onde também é encontrado, ai, tanto no Brasil quanto Paraguai, Peru, Argentina e Bolívia. O avanço das fronteiras agrícolas obriga o lobo guará a invadir áreas cultivadas em busca de alimento o que o torna vulnerável a caçadores. É considerado “quase ameaçado” pela Lista Vermelha da IUCN e, estima-se que existam menos de 25 mil indivíduos no mundo sendo que 20 mil habitam terras brasileiras.

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Fonte foto: tnc.org.br




Redação greenMe

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