Cúpula pelo Clima na ONU: a pressão da juventude para combater a crise climática


Termina nesta segunda-feira (23) a Cúpula do Clima. O encontro, que se realiza na sede das Nações Unidas, em Nova York, começou no sábado (21), dando voz às futuras gerações do mundo inteiro na Cúpula da Juventude pelo Clima, da qual participaram jovens ativistas e empreendedores.

Para o Secretário Geral da ONU, António Guterres, o mundo está perdendo a corrida contra o aquecimento global e a participação dos jovens, hoje, é essencial para reverter esse quadro.

“É a geração de vocês que deve nos responsabilizar e garantir que não traiamos o futuro da humanidade”, declarou Guterres no debate de abertura da cúpula, conforme divulgado pela Agência Brasil.

A atuação da nova geração já vinha recebendo destaque na imprensa do Brasil e do mundo meses antes do início do encontro. Uma das responsáveis por colocar o tema na pauta do dia foi Greta Thunberg, a ativista sueca de 16 anos que se tornou conhecida pelos protestos em frente ao Parlamento de seu país. É ela a principal liderança por trás da Greve Global pelo Clima que levou multidões às ruas no mundo inteiro há poucos dias.

Sua viagem a Nova York já foi uma forma de chamar a atenção para a causa: ela optou por atravessar o Atlântico de forma limpa, sem emissões de carbono, partindo do Reino Unido a bordo de um veleiro.

“Ontem, milhões de pessoas em todo mundo marcharam para exigir atitudes verdadeiras pelo clima. Nós mostramos que estamos unidos e que nós, jovens, somos ‘imparáveis’”, disse Greta na abertura da Cúpula da Juventude.

No entanto, o sábado em Nova York revelou outras lideranças, como Bruno Rodríguez, de 19 anos, que falou em nome do Movimento dos Jovens Pelo Clima da Argentina:

“As crises climáticas e ecológicas são as crises políticas de nosso tempo, é a crise econômica do nosso tempo, é a crise cultural do nosso tempo. A comunidade científica foi muito clara: nós estamos enfrentando uma emergência existencial e nossos líderes mundiais têm a obrigação de fazer mudanças radicais. Mas mudanças raramente acontecem de cima para baixo, acontecem quando milhões de pessoas exigem mudanças […] Nosso movimento entende que os que estão no poder não verão nada se não houver luta. E é por isso que decidimos lutar nas ruas, ao lado da classe trabalhadora de nosso país e comunidades marginalizadas, organizando greves massivas em frente ao Congresso Nacional para parar o comportamento criminoso das grandes corporações e acabar com a indiferença dos políticos”, discursou Rodríguez, que foi ovacionado ao término de sua fala.

Hoje acontece a segunda e principal conferência do encontro de Nova York, a Cúpula sobre a Ação Climática.

Espera-se que líderes de 60 países participem e apresentem seus planos nacionais para a defesa do clima. O Brasil não estará entre os participantes por “não ter demonstrado interesse”, segundo a ONU.

Resta saber se as propostas apresentadas nesta segunda-feira estarão à altura dos enormes desafios que a humanidade enfrenta.

Uma coisa é certa: a juventude que lá se encontra não está para brincadeira e não faltará pressão por parte daqueles que serão os mais afetados pelas decisões tomadas pelos líderes de hoje.

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Fonte foto: ONU




Gisele Maia

Jornalista e mestre em Ciência da Religião. Tem 18 anos de experiência em produção de conteúdo multimídia. Coordenou diversos projetos de Educação, Meio Ambiente e Divulgação Científica.


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