Fracking, fraturamento hidráulico – perigo, perigo, perigo!


Já há algum tempo se discute se o uso do fracking provoca ou não danos ao meio ambiente. Fracking, ou fraturamento hidráulico, é um método que possibilita a extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo.

O México já reclamou de contaminação de poços de água potável como efeito do uso de fraturamento hidráulico, em prospecção de gás natural e petróleo e agora, é na Espanha, região de Burgos, onde também se começa a usar essa controversa tecnologia. Porém, é no próprio EUA, especialmente no estado do Texas, que já se relacionam grandes danos como terremotos e, no estado de Califórnia, com a contaminação de áreas de agricultura importantes.

Toda essa questão tem dois lados, aparentemente.

Um deles é o excedente de águas residuais que são usadas na fraturação hidráulica e injetadas nas camadas profundas da terra, responsáveis por mais de 30 terremotos ocorridos em 2014 no Texas, segundo estudo publicado por técnincos do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) na revista Nature; e outro é a má gestão dessas mesmas águas residuais que, ao voltarem à superfície, contaminam seriamente toda a água usada na agricultura e também os poços de captação de água potável para as populações.

Segundo outro estudo também do USGS, foi verificada a freqüência de terremotos na Bacia do Rato, ao sul do Colorado e norte do Novo México, que era considerada uma região sismicamente tranqüila até 1999, ano em que começou a injeção de águas residuais na área. Os geólogos afirmam existir uma relação direta entre esse fato, a injeção de águas residuais nas camadas profundas da terra e o aumento significativo da atividade sísmica.

Segundo a BBC, em um artigo de 2013 bastante detalhado, sobre a tecnologia questionada, a extração de gás natural com o uso de fraturamento hidráulico é uma revolucionária tecnologia de produção de energia aprovada nos EUA, controversamente proibida no estado de Nova York porém, amplamente usada na California, Texas e Golfo do México, porém, proibida na França, e que segue originando críticas e protestos nas regiões afetadas e entre os cientistas ambientais do mundo todo. Essa tecnologia também já é usada na Inglaterra, onde já foram detectados problemas derivados dela, como terremotos em lugares onde antes a sismicidade era praticamente nula.

A tecnologia consiste na injeção de água nas camadas profundas da terra, à alta pressão, misturada com químicos, em rochas que contêm hidrocarbonetos, entre outros. As águas, quando sobem à superfície, vêm contaminadas com esses hidrocarbonetos e outros compostos existentes nas rochas de profundidade. Por outro lado, com a injeção à alta pressão, liberam-se quantidades de metano, que também sobem à superfície em bolsões sujeitos a explosão espontânea.

E quanto aos químicos que contaminam essas águas residuais?

Essas são águas conhecidas como “flowback“, ou águas de refluxo, ou seja, água injetada com aditivos químicos e areia, que flui de volta à superfície quando começa a sair o gás. Segundo a Real Academia das Ciências Britânicas (Royal Society), refluem valores entre 25% a 75% de toda a água injetada no processo, água esta que deve ser armazenada em tanques a céu aberto, tratadas e reutilizadas, ou injetadas a alta pressão, mais uma vez, nas formações rochosas.

O relatório da Royal Society afirma que “as águas residuais podem conter materiais radioativos de ocorrência natural, que estão presentes na rocha de xisto em pequenas quantidades porém, que se concentram mais durante o processo de tratamento”.

Em 2007, um escape de fluidos derivados do processo de fraturação hidráulica em um riacho do Kentucky parece ter sido o responsável pela morte generalizada e sofrimento dos peixes existentes em tal curso d’água, segundo um estudo do USGS e do Serviço de Pesca e Fauna Silvestre estadounidense.

Outros problemas também vêm sendo discutidos e questionados pelas populações afetadas.

Um deles é o uso de água de boa qualidade para injetar no subsolo quando as culturas agrícolas e a população sofrem com carência deste recurso (essa é uma reclamação de agricultores da California que temem, para além da falta de água, a contaminação de sua produção, o que poderia ocasionar adoecimento ou morte de milhares de pessoas, já que é produção de exportação.

E fica uma pergunta incômoda aqui: isso é tecnologia limpa?

Leia também: Por uma produção de biocombustíveis limpa

Fonte foto: wikipedia.org




Redação greenMe

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