Emissões de Gases de Efeito Estufa no Brasil sobem entre 2013 e 2014


Após muitos anos em foco, as emissões nacionais de Gases do Efeito Estufa (GEE) ainda têm sinalizado um crescimento. Essa conclusão foi apresentada por documentos da Análise do Panorama Atual de Emissões Brasileiras – Tendências e Desafios, que foi criado pelo Observatório do Clima, com base em seu Sistema de Estimativa de Emissão de Gases de Efeito Estufa (SEEG).

E parte desse aumento é resultante de um crescimento dos índices de desmatamento. Enquanto uma redução bastante acentuada – da ordem de 70% – do desmatamento amazônico ajudou o país a reduzir sua participação na emissão global de gases dos 6,2%, registrados em 2004, para apenas 2,9% em 2012, no mesmo já houve um crescimento da emissão em 7%. Somam-se a isso questões como as emissões resultantes de setores econômicos como transporte, agropecuária, indústria, energia e resíduos sólidos.

E o quadro pode ser ainda mais crítico, já que o levantamento não incluiu o ano de 2013 – que foi marcado, assim como o de 2014, por um agressivo crescimento no desmatamento e emissões brasileiras. Por isso, até 2020 – momento em que o novo acordo climático deverá entrar em vigor, o Brasil poderá estar em péssima posição, em relação à sustentabilidade.

Desse modo, a meta que deveria ter sido alcançada no ano de 2010, fica como objetivo para 2020 e, mesmo assim, muitas reduções adicionais de desmatamento e emissão de GEE por outras fontes precisarão ser implementadas – inclusive para os setores produtivos do país, ainda reféns de combustíveis fósseis.

Portanto, mesmo com o desmatamento em queda até 2012, o Brasil, ainda assim, está entre os principais emissores do mundo e precisa, mais do que nunca, assumir sua responsabilidade em um cenário agudo de crise, como é o caso do clima no mundo, hoje.

Mesmo porque, após 2020, será necessário que os países que estão no topo da lista dos emissores efetuem cortes bastante intensos em suas emissões; o Brasil será uma das nações mais atingidas por tais medidas. Tudo isso, culpa de uma política econômica de décadas, quiçá de mais de um século, que não visualiza a longo prazo seus projetos, tampouco direciona o país a uma economia de baixo uso de carbono – a grande preocupação da comunidade mundial, na atualidade.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) apresentou dados, em 2013, que relacionavam os investimentos de países, na questão da energia renovável. Dentre os maiores emissores, o país foi o único que reduziu seus investimentos (75%), indo de US$ 12 bi para modestos US$ 3 bi.

Com base nessas questões, o próprio Observatório do Clima faz cobranças sobre o Governo Federal, para que haja a aplicação de recursos previstos na lei que estabeleceu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), – 12.187, de 2009 –, parágrafo 11: que todos os princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos das políticas públicas e programas governamentais devem compatibilizar-se a PNMC.

Sugestões do Observatório do Clima para o Brasil

O Observatório do Clima faz, então, uma série de sugestões para que o Brasil consiga superar o “fantasma das emissões” e comece a reverter o processo. Entre elas, incluem-se:

– Zerar as emissões por desmatamento;

– Neutralizar emissões na agropecuária;

– Reverter a queda da participação de fontes renováveis na matriz de energia brasileira;

– Recuperar áreas já degradadas e desmatadas a fim de que se consiga ampliar o processo de captura de carbono e universalizar o tratamento biológico de resíduos sólidos e de esgoto no país;

– Melhorar aproveitamento do biogás e dos materiais recicláveis.

Para saber mais sobre o trabalho feito pelo Observatório do Clima e o relatório citado, clique aqui e confira o vídeo aqui.

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Fonte fotos: freeimages.com




Redação greenMe

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