Crianças brasileiras estão entre as mais expostas a desreguladores hormonais


As pessoas, no geral, estão cada vez mais atentas ao que comem, e esse é um ganho considerável em termos de saúde. No entanto, poucas se preocupam com outro fator que pode ser prejudicial, e muita gente nem sabe: as embalagens.

Embora o bisfenol A (usado na produção de plástico policarbonato) tenha sido proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em 2011 por sua relação com a diabetes, obesidade infantil, alterações na tireoide e puberdade precoce, ainda existem muitas substâncias presentes nos produtos que podem fazer mal ao organismo.

Os desreguladores endócrinos, por exemplo, podem interferir na síntese e produção de hormônios. Um estudo recente, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, publicado na revista Environmental Internacional, mostrou que as crianças brasileiras estão expostas a altas concentrações dessas substâncias, que fazem parte de vários cosméticos, itens de cuidados pessoais, como xampus, loções e perfumes infantis.

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O estudo foi feito com 300 crianças, entre 6 e 14 anos de idade, em cinco regiões do país. A conclusão do levantamento mostra que as meninas estão mais expostas que os meninos, e que há mais concentração de tais substâncias em produtos brasileiros, do que em outros países, como Estados Unidos, Canadá e China. Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam cerca de 800 substâncias suspeitas de interferir no sistema hormonal.

Entre elas, os ftalatos, usados em cosméticos, como solventes e na fabricação de plásticos mais flexíveis ou resistentes. Os ftalatos podem bloquear a ação do hormônio masculino testosterona nos bebês, o que pode interferir no desenvolvimento genital e cerebral dos meninos.

Já os parabenos e benzofenonas podem estar relacionados com a puberdade precoce e aumento dos casos de câncer de mama em indivíduos suscetíveis.

Já existem várias pesquisas na área para fazer essa correlação entre tais substâncias e problemas de saúde, mas é importante ficar atento aos rótulos e evitar produtos que contenham os desreguladores hormonais. Além disso, deve-se evitar esquentar o congelar alimentos em embalagens plásticas e evitar os enlatados.

Essas medidas preventivas podem ajudar a diminuir as altas exposições a que as crianças brasileiras e indivíduos no geral estão expostos.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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