‘Cocaína aquática’: o remédio natural chinês que está levando duas espécies marinhas à extinção


A loucura chinesa pela ‘cocaína aquática‘ está levando duas espécies marinhas à extinção. A demanda pelas bexigas natatórias das espécies Totoaba macdonaldi, um grande peixe endêmico do Golfo da Califórnia no México, e da Phocoena sinus, a vaquita marina, é tão absurda que alguns chegam a investir no produto.

Na China, a bexiga natatória da Totoaba é considerada tanto uma iguaria alimentar quanto um poderoso remédio natural. A bexiga natatória pode custar até 2.000 euros e por isso o The Guardian definiu o “produto” como uma verdadeira cocaína aquática.

Como existem pouquíssimos exemplares de Totoaba e de Vaquita na natureza, ambientalistas e ativistas dos direitos dos animais estão esperando que na reunião da Convenção Internacional sobre espécies ameaçadas de extinção (CITES) se tomem as medidas rigorosas necessárias para combater o problema. A vaquita está classificada entre as espécies em extinção que podem desaparecer já em 2016.

A bexiga natatória da Totoaba ainda é vendida sem problemas em Hong Kong e até mesmo online. Mas devido à raridade foi produto, os chineses ricos estão comprando o produto não mais como iguaria alimentar ou um remédio natural, e sim como objeto de luxo, para colecionadores, para dar de presente ou como um investimento financeiro.

Segundo a medicina tradicional chinesa, a bexiga natatória é um remédio natural para diversas doenças mas a ciência oficial não confirma os benefícios.

Os ambientalistas esperam que a pesca das espécies marinhas em alto risco de extinção seja interrompida urgentemente. Em particular, da vaquita permanecem apenas algumas dezenas de exemplares. Ela é um dos menores cetáceos do mundo e pode desaparecer a qualquer momento.

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foto: The Guardian

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foto: National Geographic

Enquanto isso, a venda da bexiga natatória seca da Totoaba continua em várias lojas na China, embora seja ilegal. A pesca predatória e o comércio ilegal estão se tornando um problema cada vez mais grave. Portanto, são necessárias as medidas de emergência que possam regular a situação, punir os infratores e aumentar os controles.

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Fonte foto capa: wikimedia




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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