A Embrapa Indústria de Alimentos, promoveu um debate, no passado 30 de abril, sobre a necessidade de redução das perdas na produção, distribuição e manufatura de alimentos no Brasil. Este debate se inseriu como contribuição e prévia à 5ª Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que se dará em Brasília no próximo mês de novembro.
Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), no mundo perde-se um terço de tudo o que é produzido, o que alcança os 1,7 bilhão de tonelada de alimentos, situação que leva a humanidade a um elevado índice de insegurança alimentar.
Sendo assim, impera-se reduzir ao máximo o desperdício, já que a principal luta atual é contra a fome que dizima povos inteiros. O Brasil encontra-se situado entre os 10 países que mais desperdiçam, atingindo os 30 % nos frutos e 35% nas hortaliças, em toda a cadeia produtiva. No entanto, são os países desenvolvidos que têm maior porcentagem de perdas.
A conclusão deste debate é de que é necessária a criação de uma rede de instituições que promova, no Brasil, a contenção das perdas e desperdício, em torno da cadeia produtiva de alimentos assim como, a expansão de formadores de opinião que promovam melhorias tanto técnicas (tecnologias de colheita que não prejudiquem os frutos e hortaliças, silos de abastecimento que mantenham os produtos alimentícios isentos de deterioração, por exemplo) quanto legislativas.
Os pontos de fuga detectados são: perdas na produção e pós-colheita, por machucaduras e deficiente acondicionamento, desperdício por estarem os produtos fora de padrão de venda exigido para o mercado, por não serem distribuídos a tempo e não serem consumidos dentro do prazo de validade.
Atualmente, a legislação brasileira não ajuda à redução de desperdício pois, penaliza aquele que, sendo doador (restaurante, cantina, feira, produtor, etc) possa incorrer em algum mal-estar causado a quem use seus “restos alimentares”.
Contra essa realidade, a dez anos tramita no Congresso, um projeto de lei conhecido como o “Bom Samaritano“, que isentará de responsabilidade civil ou penal, o doador de alimentos, em caso de dano involuntário, não decorrente de dolo ou negligência, ao beneficiário decorrente de consumo.
Enquanto isso, no nosso dia a dia, lembremos que desperdiçar alimento é também desperdiçar a água usada em sua produção. Tentemos desperdiçar zero, seja por respeito àqueles que não têm o que comer, seja em respeito ao recursos esgotáveis que retiramos da Terra, para produzirmos o que precisamos.
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Fonte foto: freeimage.com
Categorias: Alimentação, Alimentar-se
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